Este é um relato descritivo do trabalho realizado com o decaedro como material concreto no ensino da Matemática, no primeiro semestre do ano letivo de 2022, com a turma 92 (9º ano), da EMEF Lúcia Mossmann, da cidade de Campo Bom/RS. Os professores Daniel Silveira dos Santos (Matemática) e Joseane Knevitz (Educação em Tecnologias) desenvolveram um projeto científico denominado “A Matemática e o decaedro”, que teve o intuito de utilizar e criar um dado em formato de decaedro (poliedro de 10 faces), numerado de 0 a 9, para auxiliar os estudantes dos anos iniciais na construção do número, através das classes e ordens.
O tema abordado surgiu após alguns questionamentos feitos pelo professor de Matemática, referentes a algumas dificuldades apresentadas pela turma em determinado conteúdo. Os estudantes relataram que, nas séries iniciais, a Matemática era mais fácil de ser compreendida, devido ao uso de materiais concretos para aprendizagem.
Então, um grupo de estudantes da turma se dispôs a realizar encontros no contraturno para desenvolver um modelo de dado em formato de decaedro, numerado de zero a nove, que pudesse ser impresso na impressora 3D. Os estudantes Bruno Otavio da Silva e Otávio Trautenmuller Giongo ficaram incumbidos de realizar o protótipo, no site www.tinkercad.com. E os estudantes Marianna Santos de Castro, Alice de Medeiros Lopes e Pedro Luiz Macedo realizaram a prática com os alunos de uma turma do 3º ano da escola.
A prática consistia em os estudantes jogarem os dados, para formarem numerais até 999. Cada dado possuía uma cor/uma ordem de posição numérica: vermelho para as unidades simples, verde para as dezenas simples e amarelo para as centenas simples. Após, deveriam representar a quantidade “formada” com o apoio do material dourado, tendo em vista que os estudantes do 3º ano já vêm com a construção numérica por quantidade, desenvolvida até este período.
Após a realização desta prática, os estudantes constataram que tanto pelo gosto da turma, quanto pelo da professora, a inclusão desse novo recurso chamou muito a atenção, pois auxiliou na construção de números até 999, na maneira de estabelecer uma relação entre o algarismo numérico e sua ordem e, enfim, tornou a aprendizagem mais significativa.
Em relação ao referencial teórico, a turma 92 teve bastante dificuldade em encontrar referências quanto ao poliedro de dez faces (decaedro), por somente existir dados referentes ao dodecaedro (poliedro de 12 faces). As pesquisas encontradas trouxeram somente a figura como conceito matemático e não como utilização e adaptação desse sólido geométrico como recurso pedagógico, o que os deixou felizes, pois tornou-se algo inovador para o grupo, tanto para quem pesquisou, quanto para quem conheceu o objeto através da prática.
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Daniel Silveira dos Santos e Joseane Knevitz
Professores da Rede Municipal de Campo Bom