Resenha de “Perdoai-nos as Nossas Ofensas”

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Perdoai-nos as Nossas Ofensas.
Direção de Ashley Eakin.
Los Angeles: Bitter Boy Productions ltd, 2022.
Netflix (14 minutos)

O curta Perdoai-nos as nossas ofensas estreou na plataforma de streaming Netflix no dia 17 de fevereiro de 2022, todavia o momento histórico que é contado para nós é antigo. A californiana Ashley Eakin é a responsável pela obra que comove os espectadores, mostrando um dos lados mais sombrios do ser humano. A escritora e diretora americana trabalha com representatividade, tanto é que, por ter uma deficiência física, gosta de abordar o assunto em suas produções.  Além disso, podemos considerá-la uma amante dos curtas: Single (2020) e Roommates (2022) foram os outros curtas produzidos. A repercussão positiva destes rendeu-lhe essa oportunidade de produzir um curta para a plataforma de streaming mais famosa do mundo.

Com 14 minutos de duração e vários detalhes em suas entranhas, Perdoai-nos as nossas ofensas mostra o período de ascensão do nazismo na Alemanha. Rico em efeitos sonoros, conta o terror psicológico de uma criança alemã com deficiência física, Peter Weber. O jovem garoto vive com sua professora, que é sua cuidadora, e a relação entre os dois é de carinho e afeto. Visto que o momento era conturbado e a esperança estava se esvaziando, a fé era uma opção. Logo, o ato de rezar entre os dois personagens é um momento curioso da trama. O versículo com ênfase na prece é o do título da obra. Além dessas inúmeras peculiaridades, as cores são pálidas e sem brilho, bem sólidas. Também a presença da neve demonstra a rigorosidade do inverno alemão, possivelmente fazendo uma referência ao inverno russo, que parou o nazismo.

Desse modo, por estar no contexto de um fato histórico tão cruel e pesado como esse, é possível ficar apreensivo ou até mesmo emocionado em alguns momentos. O nazismo foi um evento abominável da história mundial, e isso afetou as pessoas de todas as idades e gêneros. Muitas crianças tiveram suas vidas perdidas, por causa do nazismo e sua obsessão maníaca e radical. Com isso, um elenco sem estrelas e atores iniciantes não  impacta no curta-metragem, que é profundo, sensível e merece toda a nossa atenção. De tal modo, vejo com bons olhos todos os aspectos técnicos, soundtrack intensa, cores fazendo jus ao acontecimento e a realidade dos detalhes, como se fôssemos transportados para a época.

Logo, Perdoai-nos as nossas ofensas é completo de fatos históricos, uma obra riquíssima e muito triste. Ver uma criança passando por esse período é de cortar o coração, e devemos sempre lembrar o que foi esse momento, para nunca voltaremos até ele. Portanto, é de extrema relevância a visualização dessa obra-prima, que, mesmo em poucos minutos, coloca o espectador numa bomba de sentimentos. Em suma, olhar esse conteúdo na Netflix deveria ser requisitado nas instituições de ensino, mas não esqueça… de secar as lágrimas depois.

Luiz Xavier Corrêa

Luiz Xavier Corrêa
Estudante do Curso Técnico de Eletrônica
Fundação Liberato

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