FOSTE TU QUEM POLUIU

A caminho da casa da “vó do interior”, que mora no interior de Santo Antônio da Patrulha, passamos pela maldita “ponte do rio que cai”. É, sempre a mesma piada. Mas vamos fazer o quê, se a ponte parece construída exatamente para isto: para cair. De madeira, antiga, dentro de um rio, pintada de branco “descascando”, exposta a todo tipo de intempéries, enchentes, poluição e com largura apenas para um carro e meio pescador.

É impossível não pensar em cair. E pensando em cair, como não pensar: meu Deus, imagina cair no Rio dos Sinos! Naquela água suja, poluída. Naquele rio profundo e de margens estreitas (pelo menos, na altura da ponte, elas são). E é nessa hora que minha mãe sempre comenta “nossa, eu tomava banho aqui quando criança!”. Pois é.

Todo mundo sabe que o rio nem sempre foi assim, sabe que a poluição foi trabalho do homem, a questão é que ninguém considera “culpa sua”, é culpa dos outros, dos pais, dos avós, das indústrias. Inclusive eu. Ninguém diz “fui eu quem poluiu”, mas todo mundo usa e abusa das águas do rio e ainda reclama.

A população em geral tem um conceito de que a água “surgiu do nada” nas estações de tratamento, não pára para pensar no caminho que percorreu. Temos um sistema um tanto quanto, se me permitem dizer, estúpido de fazer tratamento de águas. Explicando: deixamos dejetos no rio, dejetos de fábricas, dejetos humanos e todos aqueles absurdos estilo sofás e garrafas, depois, reclamamos da poluição e, então, tratamos a água, gastanto milhões para limpar nossa própria sujeira e deixá-la potável, para que nós a possamos consumir.

Porém, continua sendo o mais válido, no ponto a que chegamos, além de ser eficaz. Só que, cada vez mais, a demanda de auxiliares químicos no tratamento das águas vai crescer, tornando esse sistema insustentável.

Falta reflexão de todos, afinal, tu és, sim, responsável pela poluição daquele rio direta ou indiretamente: seja jogando lixo na rua, tomando banhos de 45 minutos ou mesmo fingindo que está tudo bem, ignorando o problema. A culpa é de todos de cada um de nós, e o problema não se resolve sem todos e cada um de nós. Já paraste pra pensar?

Marcelle Gressler

Marcelle Gressler – Aluna do Curso Técnico de Química Fundação Liberato

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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