O mundo se constrói a partir de fatos, acontecimentos que se transformam em notícias, reportagens, entrevistas e reflexões, fazendo com que pensemos a realidade em que vivemos. Pensar a realidade significa estar inserido no mundo, agindo, reagindo e interagindo. Nesse sentido, é de extrema importância que haja um veículo de comunicação capaz de registrar as reflexões dos profissionais que trabalham em uma escola, espaço tradicional de questionamentos, oferecendo-lhes a oportunidade de operacionalizar essa interação.
Vivemos em um mundo de avanços tecnológicos ultrarrápidos, as transformações nos surpreendem a cada minuto, impondo-nos uma readequação de conceitos constante e uma reavaliação de posturas permanente. Dessa forma, a revista digital vem para acompanhar essa “pressa-nossa-de-cada-dia”.
O nome, Expressão Digital, foi escolhido pelos servidores e vem demonstrar que pretendemos mesmo que ela seja a expressão do pensamento daqueles que por aqui constroem seu conhecimento não apenas técnico mas, sobretudo, interrelacional.
Nesta primeira edição, não há uma pauta definida, fizemos o convite para os colegas e ficamos esperando a produção e ela veio na forma de artigos de opinião, textos com informações técnicas, resenhas, relatos de experiência, contos e um poema. A temática foi, portanto, livre e todos os textos expressam pensamentos e posturas ideológicas de seus próprios autores.
Foram quatro os relatos de experiência enviados e todos eles marcam um êxito, algo que deu certo e que seus autores quiseram dividir com mais pessoas. Assim foi com Equipe de Futsal Liberato: orgulho, união e aprendizado, do professor Marlon Lucchini, de Educação Física, que aborda a importância dessa atividade extracurricular “rica em socialização, integração, interação e cooperação, em trocas de saberes, em oportunidades de desenvolvimento da responsabilidade e aquisição pró-ativa em relação ao esporte.”
A professora Mariane Braatz Kogler, de Língua Portuguesa, em seu Relato de uma experiência, traz a produção de uma revista, meio que ela encontrou para estimular “a pesquisa, a observação e a redação de textos que abordem conteúdos pertinentes ao curso técnico”.
O aspecto interdisciplinar é o foco dos outros dois relatos. Um deles, Língua Portuguesa e História: juntas na sala de aula, diz respeito ao trabalho das professoras Ana Izabel Fernandes (História) e Rogéria Silveira Pacheco (Língua Portuguesa). Elas realizam uma proposta que privilegia “práticas de leitura, de expressão oral (discussão) e de produção de textos, através de conhecimentos compartilhados dessas duas áreas.”
A interdisciplinaridade também está presente no projeto Trilha Ecológica: um Relato de Experiência Docente que envolve as disciplinas de Biologia e Geografia, ministradas pelos professores Iula Roberta Ávila e Oto Guilherme Petry respectivamente. Trata-se da realização de uma trilha ecológica orientada no final de cada ano letivo, que tem, entre outros objetivos, “revisar os conteúdos ligados à área ambiental” e que sejam “abordados em ambos os componentes curriculares”.
Resenhas não poderiam faltar. As duas presentes nesta edição mostram o olhar crítico sobre duas produções recentes. Em Comentando o livro A senhora das Velas, a professora Clarice Peters Premaor, de Língua Portuguesa, tece considerações em relação a esse livro de Walcyr Carrasco, que foi “utilizado como tema central na Prova de Classificação para o diurno 2010.”
O filme Avatar foi alvo dos meus comentários no texto Quando o Velho e o Novo se Encontram em que é ressaltada a união entre um argumento “velho conhecido nosso” e a “grande novidade da tecnologia cinematográfica”, o “formato 3D”.
Os artigos de opinião abordam temas relacionados à política, como o texto O Professor e as Eleições, do professor José Celmar Roir da Silva, de Matemática. A servidora Eva Sabbado avalia a participação dos docentes na construção da sociedade em sua produção O Professor e o Resgate do Indivíduo no Social. Já a polêmica fica por conta do artigo Energia Nuclear: uma boa opção?, em que o autor, professor Irineu Alfredo Ronconi Júnior, responde à pergunta do título, estimulando uma saudável discussão em torno dessa fonte de energia.
Um olhar mais técnico podemos encontrar no texto Vending Machines – Inovação na Relação Marca e Cliente, de autoria da professora e também coordenadora do Curso Técnico de Design, Edilene Silveira dos Santos.
“Quem conta um conto, aumenta um ponto” diz o ditado popular e aqui aparecem dois contos que vão nos transportar para um mundo de ficção: Descida, da professora de Inglês, Elizabete Kuczynski Nunes e Três por um Real, de André Luís Viegas, auxiliar do curso de Química.
Fica por conta da professora Marlise Cornelius, de Língua Portuguesa, o momento poético desta edição, com seu poema A beleza do teu ser…
Foram, ao todo, treze textos produzidos e, para afastar o azar que, por ventura, esse número possa suscitar, deixamos com vocês a sorte de poderem penetrar no mundo das ideias dos autores desta edição e o convite para a produção da próxima que só existirá se houver aqueles que se permitem a sedução pela palavra.
Vale a pena conferir cada um deles e deixar-se levar pela linha de um pensamento ou encantar-se com a poesia aí presente. Boa leitura!
Carmem Maria Bica Beltrame
Editora