RELATO: imersão cultural como prática educativa leva novamente os alunos ao centro histórico da capital gaúcha

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Um olhar sobre a página 23 do livro “Liberato 50 anos de Fundação”, e encontramos uma escola que toma para si a missão de promover a formação integral do profissional, baseada em princípios de ética e busca de excelência humana, fato esse que justifica nosso comprometimento com atividades pedagógicas integradoras de cultura e tecnologia.

Pelo terceiro ano consecutivo, com esse olhar, que valoriza o ser humano e sua atuação técnica estreitamente comprometida com as exigências de seu tempo, por iniciativa da professora Carmem Bica Beltrame, ministrante da disciplina de Língua Portuguesa e com a participação da equipe pedagógica e outros professores do curso de Eletrônica, acompanhamos os alunos do quarto ano para uma visita aos museus no Centro Histórico, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.

A proposta pedagógica da visita aos nossos museus visa ampliar o currículo desenvolvido nas aulas, favorecer a qualidade do que ensinamos e proporcionar a vivência de uma situação de aprendizagem ímpar. A ação nos faz refletir sobre a diversidade cultural, suas diversas manifestações, a fim de ampliar nossas capacidades de estabelecer relações e compreender o mundo. Como citado em Paulo Freire, “Ninguém ensina ninguém, aprendemos uns com os outros mediados pelo meio”.

Os Museus, e para nós estes ambientes possuem vida, nos recebem como bom gaúcho, a cada ano podem variar seus roteiros devido ao nosso tempo que é sempre curto. Já visitamos o Museu de Luz e Som, a obra de Érico Veríssimo, ouvimos a história da Praça da Alfândega, o almoço no Mercado, o restaurante do Clube do Comércio, etc.

Neste ano, visitamos o Farol Santander, com sua bela arquitetura, a história do sistema financeiro regional que se mistura com a história da cidade de Porto Alegre e apresenta o escritor Saramago, em um conceito moderno, acessível e inclusivo de desfrutar a poesia e a capital.

No Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, uma homenagem, a partir do acervo, a Danúbio Gonçalves, parte da história da arte visual no Rio Grande do Sul. O novo projeto do “Acervo em Movimento” guarda mais de cinco mil obras de artistas brasileiros e estrangeiros, e o espaço torna-se pequeno para tamanha beleza.
O entorno da Praça, o tempo que nos faltou, os risos que só compartilham os amigos, por fim o Memorial do Rio Grande do Sul. Desfrutamos de parte da exposição “Lã Crua, Fios da Memória, sobre o saber-fazer da mulher gaúcha” e também o Painel História e Historiografia LGBTI+, de Stonewal ao Nuances, 50 anos de Ação. Terminamos com a história permanente e a Memória do Rio Grande do Sul muito bem registrada pelos ambientes agradáveis de mais uma bonita arquitetura que resplandece quando por ali passeiam nossos alunos, suas inteligências, suas amizades, seus risos.

Transformando conhecimento, a atividade promove o encontro dos alunos com a cultura, com a arte apresentada e bem perto de nós, fazendo-nos refletir, transpor conhecimento e estabelecer relações. A diversidade, a cultura dentro de contexto, as formas de manifestação da arte, as linguagens e os códigos e as formas de comunicar ampliam nosso mundo, nossos valores e nos possibilitam entender a importância dessas aprendizagens para nos tornarmos técnicos mais humanos.

Voltamos todos felizes com o que vemos, uma parte de nós está em silêncio, o silêncio de quem conheceu, aprendeu junto e entendeu com a arte que as exigências de uma sociedade inovadora e humanamente sustentável considera imprescindível as ações de viver e conviver. Nossas atitudes, valores, sentimentos, características de identidade e todas as demais manifestações artísticas são como a Língua Portuguesa ou uma outra língua estrangeira: uma identificação de um grupo social.

Valorizando nossa cultura e respeitando as diversas manifestações culturais, ampliamos o tamanho do nosso mundo, quando entramos em outros mundos, nos vemos pequenos e nos tornamos gigantes, nos tornamos sujeitos de nossa própria aprendizagem, quando passeamos pelos museus da cidade. Agora, certamente, antes de visitar um museu do outro lado do mundo, precisamos conhecer nossas pequenas ou grandes cidades e valorizá-las, pois a cultura de uma cidade ou de um país é sempre uma ponte onde podemos juntar muitas vozes e viver muitas emoções.

Cristiane Pereira Alchimowich Anton
Prof. de Língua Espanhola
Fundação Liberato

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