O Último Discurso

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Em momentos de pandemia, quando nossas certezas se esvaem, faz-se necessário pensar sobre como nós, humanos, estamos vivendo. Há quase um século Charles Chaplin (1940 – filme “O Grande Ditador”) nos deixou uma mensagem, um último discurso para a humanidade e reflete sobre o que realmente é importante para sermos verdadeiramente humanos. Como introdução ao estudo da teoria do conhecimento e a Filosofia Política, na disciplina de Filosofia, estudamos nos terceiros anos, este texto.  Talvez nunca antes tenhamos uma relação tão próxima à possibilidade de um último discurso. Dessa forma, os alunos foram estimulados a escrever seus “últimos discursos” que deixariam para a sociedade. Eis alguns deles. Boa leitura e reflexão.

Vilson Joselito Schütz
Professor de Filosofia
Fundação Liberato



ÚLTIMO INCENTIVO À HUMANIDADE

Júlia Otoni 3311 

Quando parei para refletir sobre o assunto que eu poderia abordar em um último discurso à humanidade, centenas de tópicos diferentes me vieram à mente. Na verdade, imagino que cada uma das mais de sete bilhões de pessoas no mundo gostaria de falar algo específico, deixar seu próprio recado e encantar, ou não, a todos com suas palavras. Sinceramente, pensei até em escrever sobre a falta de amor próprio, sobre a falta de união entre as pessoas, sobre o aquecimento global ou sobre o desrespeito na nossa sociedade. Mas, como consequência, meus rascunhos saíram todos, ou rebuscados demais, ou com palavrões demais, desapropriados para a situação.

Entretanto, como falar sobre coisas felizes quando, principalmente neste ano de 2020, o pensamento mais comum é o de que “de notícias, só temos desgraças”? Aliás, basta ligar a televisão no jornal, abrir um site de notícias online, ou uma rede social qualquer, e você verá que encontrar uma reportagem sobre um assunto agradável é um verdadeiro desafio. Sendo assim, muito precisei continuar a pensar sobre o que escrever e, mesmo que fosse ser a minha cara, decidi que não faria do meu último discurso à humanidade um sermão, ou, então, uma perspectiva sobre todas as coisas ruins dela, afinal nem teríamos tempo para isso. Decidi, por fim, que deixaria um incentivo para aqueles que ficarão.

Quando você ficar triste, por exemplo, chore se precisar, respire fundo se for te acalmar, mas faça do momento algo que te tornará mais forte. Se você ficar com raiva, soque uma parede, jogue um objeto longe, grite com toda a sua força, mas lembre-se das pessoas com quem pode contar e desabafe com elas, porque acredite se puder, não importa o que você diga, essas pessoas existem, você talvez só não as tenha reconhecido ainda. Se tiver ansiedade, tome água, escute a sua música preferida, faça uns abdominais, se encha de comida logo depois e faça uma chamada de vídeo com os amigos ou escreva seu próprio discurso e o pratique com uma imensa plateia de ursos de pelúcia.

Se sua vida estiver um completo desastre, trabalhe para que ela possa melhorar, lute, porque você pode e porque, se não fizer, ninguém fará por você. Esqueça aqueles que dizem não acreditar na sua capacidade, se esforce ao máximo que puder e batalhe enquanto eles se divertem, afinal, é melhor chorar por um curto período e depois rir pelo resto da vida, sendo quem você quer ser, do que o contrário. Faça tudo por merecer, porque o que é seu está guardado.

Nunca pense que não existem motivos para viver, porque eles estão aí e toda vida vale a pena. Não se deixe corromper pelo mundo ruim, viva todos os dias como se fosse capaz de mudá-lo para melhor, porque talvez, no fim, você seja uma das pessoas que realmente fará isso. Viva intensamente, viva feliz, viva persistente, viva forte e viva por si mesmo. O mundo não vai acabar facilmente, ele continua em constante transformação; então, se transforme com ele e seja cada vez uma versão melhor de si mesmo.



O Último Discurso

Ana Cristina Fipke 2323

Somos a geração da saúde. Por todos os lugares, receitas de comidas saudáveis, anúncios de academia e a imagem de um corpo ideal. Não somente corpo, mas também vida. Não faça isso, não coma aquilo. Levante o queixo e encolha a barriga, é hora da foto. Sorria. Faz de conta que está feliz. Até você acreditar. Sou feliz. Sou feliz. Sou feliz. Eu sou feliz! Tenho a vida perfeita, como poderia estar triste?

Somos a geração da saúde ou das aparências? Com o mundo pulando de tecnologia para tecnologia, engolindo os dias e as vidas de seus habitantes, esquecemo-nos do cuidar por dentro. Esquecemos nossa alma. Queremos ser melhores que todos, não podemos errar na coisa mais trivial.

Pois eu desejo que errem. Desejo que sintam a dor de um coração partido e a adrenalina necessária pra esquecer isso. Desejo que chorem, gritem, percam a razão e admitam isso. Essa coisa tão linda que é errar, e aprender com isso. Desejo que se machuquem e não escondam as feridas com medo do que irão falar. Desejo incontáveis cicatrizes para nossos corpos e nossas almas, pois são elas que contam nossa história. Desejo que ao olhar para trás, sintam o que sinto agora: de que fiz essa caminhada incrível valer a pena. Eu não desperdicei meu pouco tempo, eu fiz dele o melhor possível.

Eu já tive minhas cicatrizes, minhas batalhas. Para aqueles que as lutaram comigo: muito obrigada. Que possamos novamente nos encontrar na próxima jornada.



O último discurso

Danielle Hikaru Toma 4312

Vivemos em um mundo globalizado, onde todos estão conectados. As informações atravessam o mundo em questão de segundos. São mensagens, documentos, valores, todo e qualquer tipo de material sendo compartilhado. E tudo isso de forma quase instantânea. No mundo em que vivemos, tudo acontece no agora. E quanto a nós? Estamos vivendo o agora?

Convenhamos, nunca temos tempo pra nada. Estamos sempre correndo, estamos sempre ocupados. Seja na escola ou no trabalho. Não temos tempo, nem disponibilidade para olhar aquilo que acontece à nossa volta. Precisamos desacelerar o nosso ritmo. Precisamos repensar nossas atitudes e a maneira de como levamos a vida, pois, em um piscar de olhos, tudo passa.

Devemos ter um senso de união porque tudo fica mais fácil quando estamos juntos daqueles que amamos. Converse com seu amigo, aprecie os momentos com a sua família, aproveite a sua companhia. Sorria, desfrute das coisas boas, dê valor aos belos momentos. Em tempos de ódio, quando os mitos se sobrepõem aos fatos e à ciência, seja empático, faça o bem, dissemine notícias boas, seja verdadeiro. Em tempos de ódio, seja amor.



O último discurso

Ian Bernardo Klein 4323

Nada é perfeito, longe disso, nada está completo, sempre há mais alguma coisa para acrescentar, ninguém está sempre certo, às vezes, podemos errar. Afinal, somos humanos e humanos não são perfeitos, não são completos, mas humanos são simplesmente complexos, seres errantes, mas que sempre têm um propósito de tentar se aperfeiçoar nas mais diversas tarefas, mesmo que quase impossíveis. Às vezes, por diversão, por amor, por trabalho, por prazer ou por obrigação, e isso só mostra que, se nós quisermos nos unir para fazer alguma diferença no mundo, nós somos capazes, apenas somos sentimentais, egoístas e gananciosos o suficiente para não querermos.

Mas o travesseiro da humanidade não abriga apenas pensamentos de ódio e de bondade, ele simplesmente já está ensopado de tantas lágrimas diferentes que não é possível definir com poucas palavras o que cada lágrima significa, mas, com certeza, eu posso dizer que algumas são de felicidade, mais um punhado são de raiva e medo do desconhecido e que muitas delas são apenas pura tristeza.

Mas, na realidade, como poderíamos pensar em sermos humanos sem todos os sentimentos e todos os defeitos, pois são eles que nos fazem aptos a construir o impensável, destruir o indestrutível e combater o invencível?

Porém podemos dizer que nossa sociedade é como montar um gigantesco quebra-cabeça, demoramos para juntar todas as peças e entender o lugar de cada uma delas, mas precisamos apenas virar a mesa sobre a qual o jogo está sendo montado para precisarmos começar do zero novamente, com todas as peças embaralhadas no chão.

No momento atual, a mesa está sendo virada sem piedade e com razão, e agora precisamos de novas mãos para montar esse quebra-cabeça novamente e precisamos manter a esperança de que essa nova geração de jogadores tenha aprendido observando os erros da geração anterior, e que, cada vez mais, seja possível aumentar esse quebra-cabeça dando espaço para novas peças. Pois qual seria a graça de criar uma coisa já vista e com uma leve lembrança de que estamos apenas nos esforçando para que algo dê errado novamente? Nenhuma. E, para isso acontecer, leva tempo, tempo para o coletivo digerir as mudanças, um tempo necessário para que o futuro desse jogo da sociedade possa ser mais flexível, mais humano, e mais educado.

Por final, apenas quero que todas as peças se encaixem e que todos tenham paciência, como muitos já sabem “Roma não foi construída em um dia”. Mas esse projeto é muito maior, pois agora estamos falando em reconstruir o planeta para que o povo possa entender que, unidos, somos mais fortes, e, se, no futuro, existir mais amor e menos rancor, o impossível será possível e, com o passar dos anos, esse quebra-cabeça será montado por todos, uma peça por vez, dando vez para cada peça.

Obrigado e boa sorte.



ÚLTIMO DISCURSO

Gabriela Welter 1311

Estamos todos no mesmo barco. Isso mesmo que você leu. Você, a pessoa que trabalha pra você, a pessoa para quem você trabalha, a que você julga por não trabalhar e a que acha que trabalha demais. Aquele que você mais ama, o que mais odeia e aquele que é insignificante pra você. Todo mundo. Quem está no outro lado do mundo e o cara do apartamento de baixo. O porteiro, o presidente do país e a dona da padaria.

Todos que você conhece e quem você nunca vai conhecer choram quando algo os deixa tristes, são vulneráveis, ficam com raiva, angústia e desespero. Todos se emocionam com algum filme, tem um sonho que acha que nunca vai realizar, uma comida preferida e são viciados em alguma coisa. Ninguém está livre das imperfeições, ninguém é mais ou menos por ter sentimentos e não tem todos os dias bons. A maioria sonha em encontrar um grande amor e não gosta de despedidas. Tenho certeza de que se perguntam antes de dormir de onde viemos, pra onde vamos, quem somos e como seguir.

Então, sempre que esbarrar a sua vida na de outra pessoa, lembre-se disto: o mundo já é pesado demais, duro e, muitas vezes, cruel. Injustiças e tragédias acontecem o tempo todo, nós somos nosso próprio demônio e lidar conosco mesmos já é bem complicado. Não tem por que tornar a vida do outro mais difícil. E muito menos a sua. Permita-se errar, mas tenha responsabilidade emocional com o próximo. A gente só tem a gente.

Um dia li um livro que dizia que, no final do dia, isso tudo não significa nada, sua carreira, dinheiro, esse texto, onde você está, nada importa. Exceto o amor e a conexão entre as pessoas. Quem você amou e com que profundidade você amou. Como você tocou as pessoas à sua volta e o quanto você se doou a elas.

Gosto de pensar que isso vale para nós mesmos também. O amor mais importante de todos é aquele que vem de dentro pra dentro. Quando nos amamos, com todos nossos defeitos, medos e inseguranças, é inevitável que esse sentimento transborde de nós e vá para todos que tocamos. Batalhamos muito para nos tornarmos quem somos hoje, e isso ninguém pode nos tirar. Nossa força, liberdade e, claro, nosso amor.


 

Último discurso

Letícia 4323

Olá e adeus, humanidade. Tentarei ser breve, mas creio que não o farei. Minha simples função aqui não é julgar ou condenar, mas propor uma breve reflexão nesses momentos finais. Afinal das contas, “nós ainda não conversamos”, devo dizer que boa parte dos problemas da sociedade está resumido nesta fala.

Vamos começar. Se toda a vida humana está em risco neste momento, é porque algo deu muito errado nesse meio tempo. Devo alertar que não vim discutir como chegamos a essa situação, vim fazer uma reflexão, relembrando. Por isso, peço, por favor, não vamos ficar brincando de estapear o coleguinha e apontar o dedo para o outro, não é um momento para isso. Já estamos todos tristes, todos desolados. O planeta Terra já presenciou muito conflito desse tipo, que tal lhe darmos uma folga por uns minutinhos?

Literalmente, vários cientistas já teorizavam que nós, os Sapiens, tivemos lutas com os Neandertais! Se tivéssemos mais tempo, recomendaria a leitura de Sapiens, do autor Yuval Noah Harari, mas como não o possuímos… Bom, basicamente, nós iniciamos nossa caminhada brigando com o colega! Acho que isso acontece sobre o argumento de que, nos primórdios, nós éramos como qualquer animal: vivíamos em um tipo de bando, caçávamos, tínhamos filhos, não éramos muito diferentes dos animais. Nossa evolução ocorreu gradualmente, passo por passo. O que quero dizer, é que não somos tão especiais e evoluídos como pensamos, nossa matéria básica, os átomos, estão em, literalmente, todo o lado no nosso grande universo.

Mesmo assim, a humanidade tem um talento primoroso em arrumar confusão! Vejam só, tivemos duas guerras mundiais no mesmo século. Tenho que falar em todas as guerras continentais e civis que tivemos? Para ser franca, nem sei todas elas. Entretanto, ainda vale ressaltar toda a escravidão, preconceito, brigas e lutas que esse planeta já viu, todas terríveis e cruéis, sem qualquer exceção. Acredito profundamente que, se por um milagre, divino ou não, conseguimos evoluir para abandonar a vida de coleta, formar a agricultura e as cidades em seguida, nós não deveríamos fazer o mundo um lugar melhor ao invés de o explodirmos?

Seres humanos são especialistas em erguer seus dedinhos, apontar e culpar qualquer outra pessoa por problemas. Com licença, podemos resolver todas essas questões principais antes de reclamar? Se um cano estoura na sua casa, você sai gritando e praguejando contra meio mundo enquanto sua casa está sendo inundada? Isso não soa um caos? Seja bem-vindo ao “método infalível à humanidade para resolver seus problemas”! Esse planejamento é fenomenal, usamos desde o nosso início e fazemos uso dele até hoje! Se não fosse bom, já o teríamos descartado, certo?

Não vamos colocar a carroça na frente dos bois, tudo bem? Sinto que fazemos isso o tempo inteiro. Temos um problema? Vamos combater! Nosso argumento será nossa superioridade, religião, ofensas, opinião própria e discussões sobre livre arbítrio! Entendem o que eu quero dizer? A mentalidade do outro não importa pois crescemos em meios e locais diferentes, isso me dá todo o direito de te julgar e não dialogar contigo! Por quê?

É nesse momento que muitos dirão que a humanidade realmente merece seu fim cruel, que ela merece ser extinta e exterminada. As pessoas irão falar que jogar uma bomba em tudo e clicar no botão de reset sempre foi a melhor opção, mas, eu acho isso? Você acha? Aqui estão meus dois pensamentos que definem o tipo de ser humano que apoia essa ideia de “acabar com tudo”: 1 – Você não é tão diferente de todas essas pessoas que causaram discórdias e guerras. 2 – O seu ser deve ser totalmente infeliz.

Vamos analisar aqui… Um bebê. Ele é pequeno, fofo, totalmente vulnerável sem seus pais, não deve nem estar ciente do fim do mundo. Se existe alguém para o amamentar, dar carinho, colo, o amparar quando chorar, esse doce bebê estará feliz. Agora, me diga, esse pequeno ser inocente merece ser punido por uma situação que ele sequer tem ciência da existência? E uma criança que tem idade para ir até a escola, brincar e estudar? Um adulto de 40 anos que trabalhou sua vida inteira, seguiu as leis, pagou seus impostos e foi considerado um cidadão de bem? Essas pessoas merecem morrer? Elas não são, digamos… inocentes?

Não há dúvidas de que existem pessoas ruins por aí, e seria esse grupo de criminosos que merecem receber um julgamento, não? Qual é a justificativa para que toda a maioria da sociedade pague por pecados que não cometeu? Sua família, prestes a perecer, olhe bem para ela, diga na cara de seu marido, esposa, filhos, pais… Diga que eles merecem tal fim.

A morte não é brincadeira, ela é séria e está conosco desde o nascimento. Não podemos prever muitas coisas na nossa vida, mas uma é inevitável: vamos falecer um dia! Por que tirar sarro disso? Além do mais, nenhum de nós desejava falecer por meio de uma consequência global. Todos imaginamos finais pacíficos, em um hospital ou na cama de nosso lar, falecendo de velhice e com o pensamento que fizemos tudo o que queríamos em nossas vidas. Morrer por conta de uma bomba, guerra ou epidemia, isso é um fim digno? Bom? Misericordioso?

Provavelmente dirão que eu não bato bem da cabeça, mas ainda acredito que a humanidade não merece tal final. Creio que deva, sim, existir punições para criminosos e a presença das leis, senão, o mundo vira uma desordem, mas colocar todos no mesmo grupinho e fazer uma média igualitária de penitência para todos? Isso não é viável. A humanidade fez, sim, coisas terríveis, não há como negar, mas ela também fez coisas boas. Na verdade, existem aspectos em que já evoluímos bastante! Querem provas?

Em um almoço de família, meu avô, que Deus o tenha, fez um comentário muito interessante para refletirmos. Devo alertar que ele veio de uma família do interior e que passou boa parte da sua vida em uma cidade afastada das grandes capitais e metrópoles, o que justifica o tipo de pensamento da região em que cresceu. Enfim, meu avô comentou que, nos seus tempos de moço, as pessoas chutavam um cão pensando que ele não era nada, se tratava de um mero objeto. Hoje, as pessoas já olham para esse bichinho na rua e sentem pena, sabem que existe uma alma ali.

Isso pode não parecer algo importante, mas é! Passamos a considerar animais como seres vivos e lhes conceder tais direitos! Hoje, existem pessoas que vão além disso, elas se tornaram vegetarianas pois acreditam que consumir carne é um tratamento muito cruel. No passado, negros eram vendidos em leilões e diziam que eles não passavam de coisas, que nem eram humanos. Hoje, na maioria do mundo, o racismo é punido por ser considerado um crime. Mulheres podem votar, ser homossexual não torna a pessoa menor que alguém hetero, foram feitas reformas religiosas, existem ONGs que ajudam pessoas necessitadas, nós podemos fazer piadas de nossos governadores sem risco de morte súbita.

Tudo bem, nada disso é perfeito no mundo todo, não alcançamos uma utopia linda, perfeita e maravilhosa, mas muitos de nós já conseguiram locais de fala que séculos atrás, não se imaginava conquistar. Dando passos de tartarugas ou de gigantes, a humanidade avançou em aspectos positivos, sim. Nem tudo é maravilhoso, mas de que adianta sermos perfeitos se nunca melhoramos ou evoluímos? Que lição aprendemos no final? Por que existimos se não fosse para superar as dificuldades? Sim, a humanidade cometeu erros, entretanto, quando falaremos dos acertos?

É justo ignorarmos tudo o que já foi conquistado porque “as pessoas merecem ser extintas”? Passamos por situações que realmente são péssimas, mas e as que foram corrigidas, diga-me? Soa belo para você, um mundo totalmente igual, com as mesmas cores e fontes de pensamento, inclusive? Desculpe, para mim, isso não soa harmônico.

Muitos de vocês dirão que fiz tudo de errado até agora, que contrariei minhas próprias palavras no início deste texto, mas permita-me que eu discorde. Falei que não iria “julgar ou condenar”, mas parece que só fiquei criticando métodos de pensamentos aqui! Julguei quais regimes? Não são aqueles que já são tratados como cruéis, injustos e condenáveis? Por acaso joguei pedras em situações positivas que ajudam as pessoas ou as que lhes ofendem? Darei uma terceira opção: utilizei exemplos de situações para justificar meus argumentos aqui presentes, é assim que se debate.

Dei muitas vertentes de pensamentos para vocês, podem julgá-las como boas ou más, vamos, decidam. Afinal, nós ainda não conversamos. Apenas pegue essa enorme divagação de uma simples pessoa nesse enorme mundo e reflita sobre suas palavras, aprovando-as ou discordando delas. Entretanto, espero que, nos últimos minutos para o fim do mundo, todos tenhamos as mesmas atitudes: ficaremos em casa, abraçaremos nossas famílias e entes queridos, vamos pensar e divagar. Que possamos ter, pelo menos nesses últimos instantes, algo que a humanidade quase nunca teve: Paz.


 

O Último Discurso

Luís Gustavo Lauermann Hartmann 4311

Considerando que essas são as últimas palavras que serão ouvidas de mim, em minha memória, quero, primeiramente, agradecer e, por último, pedir. Agradeço, principalmente, a todos que em minha volta estiveram, não somente aos que me apoiaram, mas também aos que me desafiaram e que a mim se contrapuseram, pois cada momento em que me deparei com uma convicção contrária a minha fui instigado a refletir sobre a validade de minhas próprias crenças. Quero agradecer, portanto, a meus amigos e conhecidos, não a inimigos, pois desses não tive nenhum, nunca foi de meu caráter recusar a um semelhante, pois de carne e alma somos parecidamente feitos, levo em conta também, que nossa origem é de mesma  causa. Gostaria de agradecer ao mundo por me esbaldar com suas lindas paisagens e belezas, por sustentar a mim e me permitir viver e experienciar seus elementos (incluindo o carinho e fervor de meus conhecidos). Agradeço-lhe também, agora em nome da humanidade, por nos deixar conhecê-lo e, a partir daí, desenvolver a nossa razão e imaginação, e estes, quando usados com sabedoria, permitiram-nos amplificar o prazer de viver.

Partindo de meus agradecimentos, gostaria de sugerir que, após meu último suspiro, não se deite nenhuma lágrima sobre o chão. Quero dizer que não temi a morte, porque, como disse Sócrates, antes de tomar o copo envenenado:  em toda sua vida, ele agiu por aquilo em que acreditava, e não seria a morte que acabaria com sua crença, somente com a vida que lhe animava. Não temi a morte, pois agi por aquilo em que acredito e garanti que minhas crenças fossem bem fundamentadas, pelo exercício da reflexão. Segui aquilo que eu mesmo quis seguir, com autonomia. Em momentos em que não achava respostas, não me desesperei, apenas continuei procurando e aperfeiçoando minhas crenças e meu agir, sem a intenção de atormentar nenhuma alma viva. Digo para todos aqueles, que por estas palavras se sensibilizam, que a vida não É nossa, mas PARA nós.

Não hesito em pronunciar essas palavras sem citar seu primeiro ditador, pois as palavras podem pertencer-lhe, mas esse pertence à humanidade, e a esta pertenço também.

Meu último pedido será feito a partir daqui, e considero-o de grande importância. Sempre gostei de explicar as coisas que entendo, então vou fazer meu último pedido em forma de analogia: para quem gosta de jogos, e estes foram presentes por um longo tempo em minha juventude, considere a vida como um jogo de estratégia em equipe. Sempre que somos rudes ou quando sabemos que fizemos alguma algazarra ou ainda uma besteira desnecessária, não lute contra a sua própria consciência. Devemos assumir a culpa em favor de nossos parceiros de equipe, pois, por mais que se tenha perdido uma vantagem ou estragado uma estratégia muito importante, continua-se em conjunto, em uma equipe unitária, conjunta, que, apesar das adversidades, luta até o final do jogo.  Mas não basta somente errar e se desculpar, devemos, com o passar do tempo, conhecer o que acontece em determinada situação, devemos, portanto, obter um maior conhecimento do campo de batalha e lutar contra os monstros da vida com muita calma, atenção e justiça. Ao final do jogo (e lembre-se, no jogo da vida não se perde), veremos que terminamos a jornada com cada vez menos erros (em relação ao seu início), e que, assim, terminamos o jogo com um aperfeiçoamento do que já tínhamos, e adquirindo aquilo, de que talvez ainda não tivéssemos ciência. Ao fim da vida, gostaria que vocês, caros leitores, tivessem se tornado ainda mais carinhosos, bondosos, inteligentes, ou melhor dizendo, a junção de todo o bem e da beleza, que tivessem se tornado mais sábios.


 

O Último Discurso

Nome: Eduarda Bassani Völz, 1323   

Hoje deixo-lhes meu último discurso como uma forma de estimulá-los a aproveitar todos os momentos. A vida passa como um sopro, onde em determinado momento você luta para crescer e logo em seguida quer regressar aos tempos de criança. Ao longo do caminho você nem percebe o quão rápido está passando sua jornada, até se deparar com uma foto ou lembrança e se espantar com quanto tempo já se passou desde então.

Durante nossa rotina seguimos todos os dias correndo contra o relógio querendo buscar sempre mais, estar preparado para todas as situações e sermos reconhecidos por quantas pessoas pudermos alcançar. Porém, hoje concluo que essa busca interminável mais nos afasta do que aproxima daquilo que realmente nos deixaria feliz, já que para alcançar esses objetivos, muitos momentos importantes são deixados de lado.

Por isso, insisto que aproveite cada instante, invista em mais momentos com as pessoas importantes, ame-as como se todo dia fosse o último e valorize as pequenas coisas. Seja grato por cada situação e faça seu melhor pelos outros, pois ajudar traz felicidade para você também. Lembra daquelas coisas bobas pelo qual você reclama? Elas são só uma pequena parte da vida, não foque em um pedacinho riscado, quando se tem o resto da folha para colorir. Busque novos desafios, pois eles também geram ânimo e entusiasmo, porém nunca esqueça do fundamental, o que está bem na sua frente e acima de tudo aproveite!

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