Desde o início da humanidade, tentamos achar a melhor maneira de nos desenvolver em prol do conhecimento pessoal e social. No entanto o desenvolvimento científico apresenta resultados mais promissores visto que é muito mais fácil achar um humano intelectualmente desenvolvido do que um humano realmente humano.
Na maioria das vezes tentamos achar uma maneira mais fácil de alcançar nossos objetivos, nós nos “desenvolvemos” dessa maneira, com soluções rápidas e práticas. Quase como um curativo. Nesta busca das soluções e dos recursos para saciar nossas necessidades, acabamos afetando alguma coisa à nossa volta, seja o meio ambiente, o vizinho do lado, ou até mesmo refletindo futuramente na nossa própria vida, formando um ciclo viciante de desastres e soluções inconsequentes.
A ideia de tecnologias somente usadas como o suporte para a nossa sobrevivência, as tecnologias “amigáveis”, se coloca em xeque quando o ser humano mostra um fator decisivo: o homem de posse. A posse do “novo” demonstra poder – e eu falo aqui do poder na sua forma mais crua, o termo poder que vem de ser capaz de fazer algo ou várias coisas – e, nas mãos erradas, este poder pode ser fatal, afinal, não adianta criar um fogão se quem vai usar é um homem das cavernas.
Saber a hora de parar nunca foi o forte do ser humano, sempre querendo mais e buscando tecnologias novas para abrir portas onde já havia janelas inexploradas. A verdadeira dificuldade que passamos, no entanto, é não desenvolvermos nós mesmos. O desenvolvimento científico pode ir longe, porém, se não soubermos acompanhar o ritmo, ficaremos dependentes das novas tecnologias. É interessante também fazer algumas observações nos casos em que o ser humano aprende valores através das próprias máquinas, evidenciando, assim, a nossa inocência perante nossas criações. Existe um conceito subentendido que foi passado durante os séculos da humanidade que diz que “o novo” é o resultado do desenvolvimento. No entanto, com essa lei, nos acomodamos ao novo e olhamos o velho com nostalgia, trazendo a ilusão reconfortante da resolução dos problemas e do tão esperado desenvolvimento. Ao mesmo tempo que andamos pra frente, nós nos puxamos pra trás.
Finalmente, buscamos construir nosso reflexo em tudo o que inventamos. Estamos em busca da perfeição, algo que tenha grande valor para o futuro, e que seja útil para quem vem depois de nós. Temos tanta informação atualmente, porém estamos desistindo de achar explicação e um valor para todas elas. O desenvolvimento humano deve, sim, acompanhar o desenvolvimento científico, mas nossa cabeça se desenvolve muito mais rápido do que nossos corações. Tendemos a errar muito mais, se não pararmos para analisar a nossa volta, nossa história e nosso próprio tempo. Nas primeiras civilizações, começamos nosso desenvolvimento científico, mas estávamos (e estamos) atrasados humanamente. Nossas ações são baseadas em erros humanos, como o egoísmo e a inveja, por esse motivo, se não formos realmente humanos, não poderemos nos desenvolver de nenhum modo.