Histórias Matemáticas e Histórias com Ciências

20-maior

PIBID LIBERATO – Letras + Matemática

Dyulliana Dermann Gonçalves, Isaac Canabarro Nunes, Jean Carlos Colombo e Monique Dieli Morschel
Acadêmicos da Unisinos e integrantes do PIBID Liberato

 

O processo de produção

O Projeto Vivências Liberato tem como tema gerador, para o ano de 2021, “O MULTICULTURALISMO BRASILEIRO E AS LUTAS PELA EQUIDADE”, com o objetivo geral de abordar as diversidades culturais, bem como suas particularidades, através do processo de conhecer, descobrir, interagir, crescer e apropriar-se de novos repertórios discursivos de forma crítica e participativa sobre as questões que envolvem as lutas pela equidade, a partir da metodologia interdisciplinar.

Nesse sentido, foram sugeridos temas pelos participantes do projeto: estudantes, Voluntários de Mídias, professores, PIBID e comunidade. A partir da metodologia interdisciplinar, foi organizado o projeto Histórias com Ciências, que visou à produção de poemas e minicontos. A proposta da escrita era de relacionar as diferentes disciplinas e áreas do conhecimento, promovendo uma experiência interdisciplinar, criando, por exemplo, histórias que envolvessem Física, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa. Através do projeto, os estudantes puderam expressar suas experiências pessoais e a perspectiva de um ou mais componentes curriculares.

“Havia textos que não eram sobre a minha área de estudos, mas sim sobre física, química e biologia. Diante de tais textos, nós precisamos buscar elementos de outras áreas do conhecimento, diferentes das nossas, por meio da pesquisa. Essa situação evidenciou a necessidade da constante formação do professor. E, também, a importância da abertura para as demandas de cada estudante. Devemos sair da nossa zona de conforto e ajudar os estudantes a enfrentar os desafios que surgirem, mesmo que sejam dúvidas de outras áreas. Nesse sentido, também precisamos estar abertos para o trabalho com outros professores, conectando saberes.” Isaac Canabarro Nunes

Alunos da Fundação Liberato também relataram suas experiências ao escreverem seus textos e participarem do projeto Histórias com Ciências.

 “A ideia de escrever um texto sobre a água surgiu quando eu vi no meu caderno do ano passado algumas anotações que fiz sobre as mudanças de estado físico. Eu pensei na água em específico, porque é uma coisa que está presente no nosso dia a dia e muitas pessoas não percebem o quanto ela é necessária. Eu gosto bastante de escrever textos, então, foi uma experiência muito legal, já que eu estou acostumada com isso.” Manuella de Vargas Linck, 2124

“A ideia de escrever um texto sobre a água surgiu quando eu vi no meu caderno do ano passado algumas anotações que fiz sobre as mudanças de estado físico. Eu pensei na água em específico, porque é uma coisa que está presente no nosso dia a dia e muitas pessoas não percebem o quanto ela é necessária. Eu gosto bastante de escrever textos, então, foi uma experiência muito legal, já que eu estou acostumada com isso.” Manuella de Vargas Linck, 2124

 

"Oi, meu nome é Clara Costa e sou da 2124, minha inspiração veio principalmente de uma paixonite por uma pessoa, e minha principal ideia era fazer um poema sobre ela. Eu considero histórias sobre o universo muito intensas e apaixonantes, então eu quis fazer um poema sobre isso."

“Oi, meu nome é Clara Costa e sou da 2124, minha inspiração veio principalmente de uma paixonite por uma pessoa, e minha principal ideia era fazer um poema sobre ela. Eu considero histórias sobre o universo muito intensas e apaixonantes, então eu quis fazer um poema sobre isso.”

 

O projeto Histórias Matemáticas também visou à produção de poemas e minicontos, porém, desta vez, a proposta da escrita era relacionar a área da linguagem com a área da Matemática. Com o projeto, os estudantes puderam expressar suas experiências pessoais, bem como a visão de um, ou mais componentes curriculares.

“A partir da minha experiência, o projeto Histórias Matemáticas foi uma excelente oportunidade de trabalho transdisciplinar. Foi muito interessante acompanhar o desenvolvimento da escrita dos textos, a partir da criatividade e subjetividade de cada aluno. A troca entre áreas de conhecimento foi algo enriquecedor, e os momentos de atendimento, quando aproximamos Língua Portuguesa e Matemática, foram muito potentes!”  Jean Carlos Colombo

Os estudantes da Fundação Liberato também relataram suas experiências ao escreverem seus textos e participarem do projeto Histórias Matemáticas.

"Meu nome é Carolina de Matos Nunes, estou na turma 4124 do Curso Técnico de Eletrônica, e eu gostei bastante de escrever o miniconto de histórias matemáticas. Fiz um poeminha matemático, em que o protagonista estava triste por ninguém ligar para a história que ele estava contando, por conta de só quererem saber do valor de x. Curti a ideia de apresentar no Meet, em um dos encontros do Vivências Liberato, foi uma experiência maravilhosa e muito produtiva!"

“Meu nome é Carolina de Matos Nunes, estou na turma 4124 do Curso Técnico de Eletrônica, e eu gostei bastante de escrever o miniconto de histórias matemáticas. Fiz um poeminha matemático, em que o protagonista estava triste por ninguém ligar para a história que ele estava contando, por conta de só quererem saber do valor de x. Curti a ideia de apresentar no Meet, em um dos encontros do Vivências Liberato, foi uma experiência maravilhosa e muito produtiva!”

 

Os participantes dessas atividades, que poderiam ser eletivas entre os temas das Ciências em geral ou com a Matemática, tiveram a oportunidade de se encontrar com alunos do PIBID, em diferentes horários da semana, para discutir as propostas de produção. Sempre estavam presentes pelo menos um representante da Matemática e um de Letras. Nesses momentos, houve trocas de ideias, sugestões, propostas de melhoria e possibilidade de reescritas. A professora Maria Emília supervisionou os atendimentos e, também, colaborou com o processo de escrita de cada estudante. Isaac, da Matemática, e Jean, da Letras, atenderam no projeto Histórias Matemáticas e Histórias com Ciências nas quartas-feiras à tarde, das 17h às 18h.

“Ficou muito presente, tanto para nós, quanto para os estudantes que participaram da atividade, que realmente não há como deixar os saberes e as aprendizagens em “caixinhas”. Precisamos da linguagem para expressar uma noção matemática, por exemplo. Os conhecimentos são múltiplos e se conectam uns com os outros sempre. Enfim, precisamos de mais experiências assim no espaço escolar.”   Jean – Pibid Letras

 Foram quatro momentos para cada dupla, com cerca de oito estudantes em cada um dos encontros. Além disso, foram feitos acompanhamentos e atendimentos individuais através do WhatsApp, o que possibilitou aos estudantes enviar seus textos previamente, colaborando assim para o processo de construção das produções. Notou-se, porém, que há certa necessidade de melhoria nesse aspecto, uma vez que seria interessante propor dias e horários específicos para o atendimento via WhatsApp, tal qual foi feito com o Google Meet.

“Foi uma experiência deveras interessante, pois eu, do campo da Matemática, precisei avaliar o emprego dos conceitos matemáticos nos contos/ poemas e foi muito estimulante analisar esses aspectos e perceber a criatividade dos estudantes. Vale destacar a produção dos textos, nos quais grande parte dos estudantes acabou “romantizando” o emprego da Matemática, isto é, acabou criando histórias sobre sentimentos, envolvendo a disciplina. Foi uma bela experiência, pois permitiu-me analisar o conhecimento dos estudantes na Matemática, para além de cálculos”. Isaac – Pibid Matemática.

A interdisciplinaridade

Analisando os poemas e minicontos, pode-se perceber que, em ambos os projetos, tanto em Histórias com Ciências, quanto em Histórias Matemáticas, os termos Matemáticos e das Ciências Naturais não são utilizados de maneira pragmática e, sim, como metáforas. Essas metáforas são utilizadas justamente para se referir às equações, à soma de algo ou alguém, e aos sentimentos que causam “reações” aos seres humanos.

Como já mencionado, a proposta do Projeto Histórias Matemáticas foi desenvolver poemas e minicontos que relacionassem a área das linguagens com a Matemática. Foram expostos aos estudantes conceitos matemáticos que poderiam servir de inspiração para a elaboração dos textos. Faz-se necessário destacar, nos poemas e minicontos, a presença de termos matemáticos que buscam representar certo sentimentalismo, o que resultou em certa “visão romantizada” dos fatos. Nota-se tal ocorrência no poema de Ana Júlia Griebler, que acabou misturando amor e Matemática e acabou produzindo um belo poema.

“Meu nome é Ana Júlia Griebler, sou da turma 2112 do Curso de Eletrotécnica e a minha experiência escrevendo o miniconto de histórias matemáticas foi muito boa. Misturei um pouco de amor com matemática e falei do meu amor por uma pessoa e tive intenção de fazer o leitor pensar naquela pessoa que faz diferença na vida dele. Gostei bastante de escrever o miniconto e achei um desafio bem criativo. Espero ter mais projetos assim!”

“Meu nome é Ana Júlia Griebler, sou da turma 2112 do Curso de Eletrotécnica e a minha experiência escrevendo o miniconto de histórias matemáticas foi muito boa. Misturei um pouco de amor com matemática e falei do meu amor por uma pessoa e tive intenção de fazer o leitor pensar naquela pessoa que faz diferença na vida dele. Gostei bastante de escrever o miniconto e achei um desafio bem criativo. Espero ter mais projetos assim!”

 

Equação é uma expressão algébrica que contém uma igualdade e, pelo menos uma incógnita, normalmente chamada de X. Ela foi criada para ajudar as pessoas a encontrarem soluções para problemas nos quais um número não é conhecido.

No poema Conjunto Vazio, esses termos matemáticos são usados de maneira poética, a partir de metáforas. A autora, por um momento, pensou ter encontrado o X da sua questão, isto é, a “metade de sua laranja”, a pessoa ideal. Porém, em muito pouco tempo, ou seja, “em frações de segundos”, percebe que aquela pessoa não é exatamente quem estava imaginando, isto é, aquela pessoa deixa de ser representada como um “par” e passa a ser representada como um “número ímpar”, sendo incapaz de dividir a vida ao lado de outro alguém.

No poema “equações da Pandemia”, existe uma relação entre os minutos e a propagação do vírus, isto é, a propagação é uma variável que depende dos minutos, que por sua vez também se relaciona com o sentimento de dor, ou seja, o sentimento de dor depende dos minutos.

LucasVieira-Hist-Mat

Já a partir do espectro poético, novamente o poema é repleto de metáforas, agora relacionado com a pandemia da covid-19. Lucas se refere ao tempo, à soma dos dias em que o coronavírus toma conta do mundo “se multiplicando” e o quanto este tempo afeta as diferentes partes da sua vida e de si mesmo, os quais ele chama de suas “frações”. Ele também se questiona, quando que a “solução”, no caso fazendo referência à cura para o vírus ou ao fim da pandemia, viria.

Lucas, logo após o questionamento, traz a solução, a “resposta”, que seria a “soma” de ideias e o isolamento (sem aglomerações). O autor também faz uma crítica às pessoas que não respeitam o isolamento, utilizando a expressão “A desunião é igual subtração”. Portanto, se o conjunto, no caso, a população não se unir para acabar com o vírus, as pessoas acabarão adquirindo-o e o número de mortos aumentará.

Confira o Instagram do Projeto Vivências Liberato! Por lá vocês encontram mais produções dos projetos, além de muitos outros que estão por vir! @vivenciasliberato

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *