O castelo no topo da colina

castelo

Quando eu tinha 9 anos, em uma fria noite de agosto, vi pela primeira vez o castelo que, um dia, poderia chamar de casa. Naquele dia, eu senti pela primeira vez a energia daquele lugar e o cheiro dos eucaliptos. Pela primeira vez, senti que era um lugar diferente. Era um lugar em que eu queria estar!

Quando eu tinha 14 anos, decidi que deveria entrar para cá. Eu era muito novo para essa decisão. Mas eu sabia que essa decisão me traria de volta para um tempo que eu pensei jamais ser capaz de ver novamente.

E, quando já nesse castelo, eu fiz amigos e perdi-os no meio do caminho. Vi notas ruins virem e muitas boas também. Eu encontrei escritor interno, encontrei meu coração e aqui mesmo o quebrei mais uma vez. Senti novamente aquele agradável perfume dos eucaliptos e da grama sobre aquela colina. Senti o gosto das vitórias e do fracasso. Senti o gosto do meu esforço!

Tenho medo de que, com o passar dos anos, eu perca esses amigos. Tenho medo de que eu não me lembre mais dessa doce sensação de mãe da Fundação. E, quando eu estiver com meus trinta anos, ao passar pela frente dessa subida, saberei que eu definitivamente cresci! E que eu gostaria de voltar para casa… Lembrarei dos amigos que aqui eu tive, lembrarei da frase “vendo estrelas chegando e amigos passarem”. Lembrarei das brincadeiras, das carícias, das brigas e principalmente de como essas pessoas e de como esse castelo me fizeram crescer! Lembrarei de como as estações passavam através das janelas, de como o povo se comportava! Lembrarei de que esse é um lugar que eu sempre chamarei de minha segunda casa!

Esse lugar me faz sentir vivo. Mesmo que morto de cansaço. Me faz me sentir um guerreiro, mesmo que minha espada seja uma caneta, e meu escudo, minhas palavras. Eu sei que, em todo pôr do sol, eu lembrarei do crepúsculo a partir dessa colina! Eu lembrarei de todos nós olhando o sol se pôr a partir daquele castelo no topo da colina…

Lucas Cecatto
Estudante do Curso Técnico de Eletrônica
Fundação Liberato

Fotografia: Giovana Moreira de Souza
Ex-estudante do Curso Técnico de Eletrotécnica
Fundação Liberato

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