Tenho particular repulsa por janelas que vomitam, estes famigerados portais que insistem em cuspir latas, garrafas, palitos de picolé, embalagens de qualquer coisa e apenas Deus sabe o resto.
O que mais me intriga é que não existe diferenciação social entre elas, estas vândalas podem ser encontradas em qualquer classe, sejam casa, prédios, carros ou coletivos, e agem a qualquer hora das 24 concedidas pelo dia.
Fico sentida, apenas, pelas pobres janelas como as minhas, que cumprem com seus deveres e se felicitam em mostrar através de seus olhos uma cidade limpa e bonita, coisa quase impossível na maioria das capitais.
Estas, sim, são janelas sofridas, pois mesmo que não cuspam nada em ninguém, são obrigadas a conviver com a imundice causada pelas outras, deprimidas acabam pegando a mesma fama de sem educação.
E enquanto aquelas que vomitam qualquer coisa não tomarem consciência de que seus atos prejudicam toda a cadeia de janelas, não importa o quanto os vitrais do governo se esforcem, a cidade continuará suja.
Eliana Pinheiro
Aluna do Curso de Tecnologia em Produção Publicitária,
Instituto Federal do Amazonas (IFAM)