Crítica de Cinema

 

1) UM FILME MUITO RUIM! negativoSempre achei que, em 2008, a “academia   holiudiana” estava de porre para considerar como melhor filme, com direito ao Oscar, a obra dos irmãos Ethel e Joel Cohen, Onde Os Fracos Não Têm Vez (No country for old men). Realmente, um BAITA filme, e tal prêmio o desmereceu, pois, quando um filme ganha um Oscar, significa que ele é coisa para tolos, pois reforça sempre o senso comum. Mas, naturalmente, eles   deveriam estar de porre mesmo e logo corrigiram o seu curso.

Um exemplo da pobreza de visão da tal academia é o último Oscar. Argo é um filme ruim em todos os sentidos. Um canastrão é o herói que salva uns patetas norte-americanos no Irã, quando a embaixada americana é invadida logo após a revolução   islâmica. Embora essa operação tenha realmente existido (Operação Argo), ela foi totalmente diferente da versão apresentada. O filme começa com um plágio ridículo de uma obra-prima da animação cinematográfica, Persépolis, que, aliás, foi bolado por uma iraniana (Marjane   Satrapi). Cria cenas que nunca existiram, como a visita ao mercado público de Teerã e o momento quando os fugitivos foram parados no aeroporto. O filme, que deveria se basear nos arquivos da CIA, distorce totalmente o que aconteceu: o articulador principal da fuga foi o embaixador do Canadá, que praticamente bolou o plano todo (a única verdade do filme foi que Ken Taylor, embaixador canadense, queria que os funcionários da embaixada americana, que se encontravam abrigados na embaixada do Canadá, fossem “engenheiros em serviço no Irã” e a CIA não concordou, sugerindo, então, que eram uma equipe de filmagem de ficção científica). Portanto, temos aí um filme mentiroso, falacioso. Uma propaganda americana de péssimo gosto. Um lixo.

Fica aqui a sugestão de filme: Onde Os Fracos Não Têm Vez, até mesmo como uma curiosa premiação de “holiudi” em um dia de porre…

 

2) UM   FILME MUITO BOM! positivoA Separação é um filme iraniano que, antes de mais nada, serve para quebrar preconceitos muito arraigados em ocidentais de que os iranianos estão ligados ao fanatismo suicida de homens-bombas, de gente barbuda e feia e de mulheres passivas e ignorantes. Pelo contrário, é um filme cheio de emoções e sentimentos de fraternidade, carinho, respeito pela vida e pela honestidade.

Inicia o filme com o divórcio do casal Simin (Leila Hatami) de Nader (Peiman Moaadi) tendo em vista que Simin quer levar a sua filha Termeh (Sarina Farhadi) para fora do Irã a fim de aperfeiçoar sua formação e Nader não quer sair do país, porque seu pai (Ali-Asghar Shahbazi) tem a doença de Alzeihmer.

O divórcio não é concedido, e Simin passa a morar

com sua mãe. Para cuidar de seu pai, Nader contrata uma empregada com muitos problemas.

O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, porém não levou o prêmio, o que o qualifica ainda mais, foi premiado com o Urso de ouro da Berlinale (Berlim).

Portanto, temos aí um belíssimo, sensível e comovente. Em resumo, humano.

 

Título: ArgoDireção: Ben Affleck

Duração: 122 min.

Ano: 2012

Gênero: Drama, Histórico

Nacionalidade: EUA

Trailer: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=vU2gUn9_0HE

Título: A separaçãoDireção: Asghar Farhadi

Duração: 123 min.

Ano: 2012

Gênero: Drama

Nacionalidade: Irã

Trailer: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=Dlt6-aDWAVI

 

Irineu Alfredo Ronconi Junior Professor da Fundação Liberato

Irineu Alfredo Ronconi Junior
Professor da Fundação Liberato

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