Foi no ensino médio que tive meus primeiros contatos com o desenvolvimento de pesquisa e, através dela, o que eu considero uma das melhores experiências educacionais da minha vida.
Foi logo no 1º ano de Liberato que conheci o amigo, Alexandre Borges Alves Spindola, que veio a se tornar meu “parceiro de pesquisa”. Através de muitas conversas, leituras e trocas, já neste 1º ano, nasceu a ideia que deu origem ao nosso Projeto. Assim, o 2º e o 3º anos foram de desenvolvimento efetivo da pesquisa, e o 4º ano, de traduções e adaptações, para levar nosso trabalho para participar, pela 2ª vez, da INTEL ISEF, nos Estados Unidos (EUA). Assim, passei praticamente toda a minha “estada” na Liberato aprendendo através da pesquisa, fosse através de leituras, de trocas com meu “colega Alexandre”, com nosso orientador “Dal Molin”, ou mesmo através de diálogos informais com alguém que visitava nosso estande (durante alguma das feiras), alguém do Brasil, ou de outro país, mas foram inúmeras oportunidades de troca e de diferentes aprendizados.
O projeto passou a ser realmente estruturado em 2005, com o grande auxílio do nosso orientador, Alberto Dal’Molin Filho. Demos a ele o nome de “A Influência da Autoestima na Aprendizagem” e levamos no final desse mesmo ano, seus resultados para a FEICIT e, dali, para a MOSTRATEC. Como ficamos entre os primeiros lugares na classificação geral da feira, ganhamos o “Prêmio Intel de Tecnologia”, com credenciamento para a INTEL ISEF 2006, em Indianápolis, estado de Indiana (EUA).
Em 2006, na ISEF, diante das críticas dos avaliadores, percebemos o quanto nossa principal ferramenta de coleta de dados havia sido “equivocada”. Não encontramos nenhuma ferramenta que medisse autoestima, então havíamos criado, nós mesmos, um questionário para isso. Mas que garantia tínhamos de que nosso questionário media realmente a autoestima? Nenhuma! Voltamos de lá com um novo objetivo: validar cientificamente nosso questionário. Meu colega de pesquisa descobriu um curso para aprender a utilizar o programa IBM SPSS (ministrado na UNISINOS, para alunos de Mestrado) e conseguiu encaixe nessas aulas. Reformulamos nosso questionário, fizemos adaptações e testamos com uma amostra de aproximadamente 150 alunos. Com nosso questionário validado, refizemos a pesquisa, e conseguimos encontrar “correlação linear positiva significativa” entre a autoestima e o rendimento escolar dos alunos pesquisados. Na MOSTRATEC de 2006, conseguimos o 1º lugar na classificação geral e, novamente, o “Prêmio Intel de Tecnologia”, com credenciamento para a INTEL ISEF 2007, em Albuquerque, estado do Novo México (EUA). Infelizmente, não chegamos a obter nenhuma premiação na ISEF.
Mesmo assim, ainda em 2006, (segundo ano de desenvolvimento da pesquisa), realizamos palestras para pais e professores, nas duas escolas em que a pesquisa se deu, de forma a falar sobre a importância deles (pais e professores) na construção do autoconceito e autoestima de seus filhos/alunos.
Após a Liberato, me Licenciei em Pedagogia, pela Universidade Feevale, em julho de 2012. Sendo que, ao longo da graduação, participei de grupos de pesquisa e, durante meus dois estágios, ambos atuando com crianças, sempre busquei iniciá-las no mundo da pesquisa. Crianças são naturalmente curiosas e é fascinante o resultado quando são instigadas a questionarem e irem, elas mesmas, em busca de respostas.
Creio que a pesquisa por si só, mas a participação em feiras (nacionais e internacionais) também contribui imensamente para transformar os indivíduos. Você amadurece (como pessoa, cultural e cientificamente), sua mente se abre, você conhece e aprende com pessoas de outras culturas e passa a vislumbrar coisas novas. A pesquisa e consequentemente, as feiras, me mudaram. E isso certamente interferiu e muito em todas as minhas escolhas desde então, contribuindo para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje. O desenvolvimento de pesquisa foi, desde o meu ensino médio e até hoje, a melhor experiência educacional que já tive. E não tenho como não ser grata aos meus, acima de tudo, grandes amigos, durante a pesquisa e além dela: Dal Molin e Alexandre; E a Fundação Liberato, por essa oportunidade, incrível e única!
* Relato integrante do Histórico – MOSTRATEC: Cruzando Fronteiras
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