“Nossa, que enorme está tua barriga!”, “Tens certeza de que não são dois?”, “Já estás quase ganhando, né?”, “Vai ser um bebezão!”…
Como me veem não me preocupa. Mas como me vejo e como me sinto é o que realmente importa. O prazer e a alegria que sinto ao gestar não se encaixam nas frases que circulam no meu dia-a-dia. É algo tão especial e único, ver a barriga crescer, sentir o bebê mexer, acompanhar seu crescimento através das ecografias, observar como reage a cada situação que vivo ou como reage com a aproximação de alguém… E particularmente, tenho muito orgulho do “barrigão”.
Preocupações com o “ser boa mãe” é algo constante na gestação. E também preocupações com o parto, com o quarto, com o enxoval, com os preparativos, com cada detalhe da espera. A mamãe que pode vai atrás de informações sobre cada sensação, cada etapa da gestação e da vida do bebê.
Estou me descobrindo como mãe, mas o vínculo que criamos com o bebê já na barriga e a alegria de poder partilhar este momento com as pessoas que estão ao nosso redor é muito grande. Dividir cada instante de crescimento, de movimento, de soluços ou de malabarismos, de conquistas, de espera, de ansiedade para ter logo ela nos braços e ao mesmo tempo querer que demore a passar a gestação, para poder curtir mais.
Tudo muda na vida da gente quando estamos grávidas – a partir do momento em que começamos a nos sentir grávidas. Desde mudanças do corpo, mudanças hormonais e emocionais, de memória e de limites físicos, mudanças na casa da gente, mudanças de como vemos o mundo. Digo que parece que não estou no meu corpo. E a razão é porque neste momento, meu corpo não é só meu. O meu tempo não é só meu. A minha vida não será mais só minha. E estou muito feliz com isso!