A censura colocada a acesso de sites na web lembra, de certa forma, o regime de ditadura militar que assolou o país.
Vi uma entrevista com o ator, recém-falecido (que, por sinal, era comunista e ateu), José Wilker, que eles (os artistas) tinham que ser extremamente criativos para expressar, naquele regime, a arte, a vida, o desejo de liberdade e a repulsa pelo odioso regime (que ainda é defendido por alguns), isto é, eles tinham que burlar a censura. Lembro, por exemplo, o Pasquim que vinha com um selo, impresso na capa onde estava escrito: “enquanto houver este selo o Pasquim está sob censura prévia”. Enfim, os jovens de mente aberta dão sempre um jeito de burlar a censura, afinal, o que se quer é liberdade. Naturalmente, há sempre o excesso e a transgressão promovida, normalmente, por poucos. A esses, deve ser oportunizado o aprendizado das regras e, na reincidência da contravenção, a punição. Mas isso não é feito, nem a primeira e nem a segunda ação. Punem-se todos com a censura e quem sai perdendo é a educação. E o que fazem os artistas? Burlam a censura.
No caso do uso da web na escola, isso pode ser feito, facilmente, de duas formas básicas:
1- através de sites acessíveis e, destes, aos proibidos (quem domina alguma língua extra ao inglês e português faz isso facilmente). O firewall detecta somente o endereço do primeiro site que mascara o segundo;
2- através de browsers que foram desenvolvidos para navegar na “área negra da web – deep web (ou algo assim). Conheço dois deles e um já testei, foram softwares desenvolvidos para hackers ou jornalistas que atuam em países com alto índice de censura; assim, poderão enviar seus relatos para seus jornais e agências de forma anônima. O wikileaks era bom nisso.
Vejo na escola o uso desses expedientes de forma intensa por alunos. Já os professores…
Enquanto isso, minha homenagem aos estudantes:
Me gustan los estudiantes
Que vivan los estudiantes,
jardín de las alegrías.
Son aves que no se asustan
de animal ni policía,
y no le asustan las balas
ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa,
que viva la astronomía.
Que vivan los estudiantes
que rugen como los vientos
cuando les meten al oído
sotanas o regimientos,
pajarillos libertarios
igual que los elementos.
Caramba y zamba la cosa,
que vivan los experimentos.
Me gustan los estudiantes
porque son la levadura
del pan que saldrá del horno
con toda su sabrosura
para la boca del pobre
que come con amargura.
Caramba y zamba la cosa,
viva la literatura.
Me gustan los estudiantes
porque levantan el pecho
cuando les dicen harina
sabiéndose que es afrecho,
y no hacen el sordomudo
cuando se presenta el hecho.
Caramba y zamba la cosa,
el Código del Derecho.
Me gustan los estudiantes
que marchan sobre las ruinas;
con las banderas en alto
va toda la estudiantina.
Son químicos y doctores,
cirujanos y dentistas.
Caramba y zamba la cosa,
vivan los especialistas.
Me gustan los estudiantes
que van al laboratorio.
Descubren lo que se esconde
adentro del confesorio.
Ya tiene el hombre un carrito
que llegó hasta el purgatorio.
Caramba y zamba la cosa,
los libros explicatorios.
Me gustan los estudiantes
que con muy clara elocuencia
a la bolsa negra sacra
le bajó las indulgencias.
Porque, ¿hasta cuándo nos dura,
señores, la penitencia?
Caramba y zamba la cosa,
que viva toda la ciencia.