Ingressar na Fundação Liberato ou não? Pergunte ao analista de Bagé!

Sou professora de Língua Portuguesa de três turmas de primeiras séries no Curso Técnico de Eletrônica. Um dos conteúdos trabalhados com os alunos é o gênero textual crônica, e, durante o primeiro trimestre, as turmas fizeram a leitura de textos do escritor Luis Fernando Verissimo que apresentavam as histórias de um dos personagens mais famosos e queridos da literatura gaúcha: o analista de Bagé (VERISSIMO, 2002).

Após a leitura, como tarefa de produção textual, os alunos deveriam elaborar uma crônica de tom humorístico em que o analista de Bagé analisaria um aluno de 9º ano do Ensino Fundamental que estava na dúvida sobre realizar ou não a Prova de Seleção na Fundação Liberato. E, se fizesse o processo seletivo, o aluno-autor poderia mostrar como o analista ajudaria o personagem a optar por um dos quatro cursos dessa Fundação: Química, Eletrotécnica, Mecânica ou Eletrônica. Muitos jovens da região, todos os anos, passam por essa angústia, que foi enfrentada, inclusive, no ano passado, por grande parte de meus alunos, que hoje estão na primeira série.

Para ilustrar os resultados do trabalho, apresento crônicas de três alunos: Henrique Feiten, turma 4112, Tiago Cardoso dos Passos, turma 4112, e Gabriela Pacheco, turma 4123. Segue links dos textos abaixo.

Indecisão

O paciente entra no consultório e fica parado na frente na porta.
– Chegou tarde, guri, já passaram vendendo paçoca.
– Não, não, eu quero fazer uma consulta.
Tiago Cardoso dos Passos – Aluno do Curso Técnico de Eletrônica – Fundação Liberato

Fazer ou não fazer?

Certa vez, o analista chegou em seu consultório animado, pois, na noite anterior, sua secretária, Lindaura, “rendera-se” ao seu poder e deitara no divã coberta por pelegos.
– Lindaura! – gritava o analista. – Faz um mate amargo e chama o primeiro vivente que vai consultar que hoje eu tô que tô. ”
Henrique L. Feiten – Aluno do Curso Técnico de Eletrônica – Fundação Liberato

Trauma

Certo dia, daqueles bem quentes do Rio Grande do Sul, entrou uma menina na sala do analista:
– Olá, analista!
– Mas olha só! Uma guria mais nova que minha alpargata se consultando! Pois desembucha.
– Bem, tá quase no fim do meu nono ano e eu não sei o que faço ano que vem… tô pensando em ir pra Fundação Liberato…”
Gabriela Pacheco – Aluna do Curso Técnico de Eletrônica – Fundação Liberato

Daiana Campani de Castilhos Professora de Língua Portuguesa Fundação Liberato