Descobri a Liberato em 1996, quando cursava a oitava série e um problema de família desestabilizou a vida e me fez correr atrás de uma. Entrei, em 1997, no curso de Eletrotécnica em uma turma muito bagunceira e apaixonada. Foi uma fase em que o curso tinha sua imagem negativa e o bordão que ecoava no corredor da Escola era: “Só podia ser Eletro.” Dessa campanha para mudar a imagem do curso, nasceu o espírito do Trio Eletro na sala 125 e se refletiu nas gincanas.
O empenho de 1997 trouxe o 4º lugar e a coragem para persistir. Nesse ano passei, mas a metade dos bixos reprovou em Física. Eventualmente, acontecia um “snook-cross” no bar do Mário, outros se escondiam no Módulo para ver o banho das gurias depois da Educação Física e pairava um clima fraterno.
Em 1998, levamos o 2º lugar na gincana e aprendemos que o esforço não foi suficiente, mas valeu pelo carnaval junto à Química. Nos anos seguintes, Eletro causando Pânico, 1999, foi uma série de menos de 20 camisetas que fizemos e acabou virando uma febre contagiosa com mais de 400 unidades levando o dizer: “Poucos nos amam, muitos nos odeiam, mas todos nos respeitam.” Causou certo desconforto na Instituição e, em 2000, veio o Chuck, pedindo “Não entre em Pânico, vamos brincar.” E nas costas: “Só recorre aos gritos quem não consegue vencer pela razão.”
A trajetória na Liberato é marcada também por momentos fora da escola como as idas e vindas nos ônibus Ferla Tur, Camacho Tur, EC Tur, Carmo Tur e Rocha Tur, as festas no Clube Aliança, Bonanza e outros, churrascos com os colegas, as três homéricas excursões a Torres e outros momentos que não cabem aqui. Também conheci na Liberato minha companheira de vida que entrou bixo da Química em 1998. Formei-me Pedagogo Orientador Educacional em 2009 e fiz o Estágio de Orientação para o Ensino Médio na Eletrotécnica. Sempre que posso, sou avaliador na MOSTRATEC e, atualmente, estou de volta para concluir o curso no noturno.
Gleister Roberto da Silva
Aluno do Curso Técnico de Eletrotécnica
Fundação Liberato