Antes que acabe!

relogios

Quando fui morar em Porto Alegre, para terminar o ensino médio em 1971, tomava o bonde que passava em frente ao Colégio Batista, mas logo eles acabaram e restou o ônibus. Cinema havia uns quantos espalhados pela cidade, restaurantes, então, nem se fala! O bife do Walter era fantástico, ficava ali na descida da Ramiro, esquina Cristovam (mudou de endereço, agora está na Dr. Vale, 70 – Bairro Floresta). Em novo endereço com o velho cardápio, continua insuperável.

jj  Restaurante Walter com os amigos (ex) do Colégio Batista

 Do Treviso no mercado público, que era requintado, restou em seu lugar, uma peixaria e uma cadeira pendurada em sua homenagem. Lá, meu amigo Chico Juska, conhecido cartunista da época, (fez as ilustrações e aparece em uma foto de capa como o louco do analista de Bagé) pediu, pensando que era uma iguaria francesa, o carreteiro de “charquê”. Volta e meia uma ida à Livraria do Globo no final da manhã, “forçava” um almoço no Dona Maria. Naquele local raro, tinha-se a oportunidade de, de longe, almoçar com Mário Quintana… Não existe mais.

O Spagettilandia ficava, quase onde hoje é a esquina democrática. Ali o garçom já nos conhecia (eu estava de namoro com a Linda), e para acender os cigarros, (nós fumávamos) nos trazia fósforos cuja capa da caixa tinha corações. Inesquecível! Ficará na lembrança.

Namoro sem bar na década de 70/80 não tem o menor sentido. Frequentávamos dois que ficavam um ao lado do outro: O Marius e o Alaska, ficavam na famosa “esquina maldita”, em frente à arquitetura da UFRGS. No Alaska tinha o garçom mais famoso da época, o Isaac, vestido a rigor com gravata borboleta e tudo o mais. Ali se começava com um trigo velho e um chope e a seguir pedia-se um “atropelado” (Salsicha bock com ovos, batatas fritas e mostarda da forte) ou algo do gênero. Não existe mais.

Era bom demais!

Resolvi, num ataque de saudades, voltar a folhear livros em uma livraria. Ouvi de uma colega que a Cultura, no Shopping Country era “ótima”. Como queria também trocar de operadora do meu celular, convidei a família para um “passeio cultural”, foi aí que a Linda (minha esposa) sugeriu que almoçássemos no Copacabana. Puxa será que existe? Se existe, deve ter filas homéricas! Liguei para uma colega que me informou que existe e que está sendo levado pela “filha” do criador, italiano, do restaurante. A última vez em que estive lá foi quando Giordano, meu filho de 21 anos ainda sentava na cadeirinha e se divertia lambendo rodelas de limão e fazendo cara feia. Sofia estava em projeto.

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Mesa farta, comida excelente. A pimenta forte é ótima. É o Copacabana.

Embora fosse por volta das 13h, nada de filas. Algumas poucas mesas para ocupar. A comida excelente. Há um cardápio vasto, permitindo uma escolha bem democrática. Mas o mais importante: pouca coisa mudou, é praticamente o mesmo restaurante em que fui pela última vez há uns 20 anos atrás. Meus filhos gostaram, tanto assim que meu filho pediu para levar o que sobrou da massa.

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Uma foto em frente a fotos dos “famosos” que, desde 1939, frequentam o restaurante Copacabana.

Não é a filha que mantém a história viva, mas a neta do italiano, e, na saída, tive que ir até ela para cumprimentá-la.

Outro dia, com a família, fomos ao Prinz (Protásio Alves, 3208 – Petrópolis). Comida alemã, bem simples, porém é onde você encontra o melhor Ramschnitzel (bife recheado – de gado ou porco – típico da culinária alemã) do planeta. Nem na Alemanha tem algo igual.

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Prinz, o garçom trabalha ali há mais de 25 anos. Os filhos “lamberam os beiços”: Muito bom!

Mas a alegria dura pouco, na porta onde era o antigo “O Galo” (o melhor da comida portuguesa em Porto Alegre), quase ao lado do Copacabana, DMAE informa: corte administrativo da água. Pergunto a um senhor de idade o que aconteceu. Sou informado que o “português” se aposentou, mas está bem.

Então, caros amigos, ainda tem o Prinz, o Copacabana, O Walter, todos com mais de 40 anos. Ótimos. É bom aproveitar, antes que acabe!

Irineu Alfredo Ronconi Junior Professor do Curso Técnico de Eletrônica, Fundação Liberato

Irineu Alfredo Ronconi Junior
Professor do Curso Técnico de Eletrônica, Fundação Liberato

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