Entre tropeços e sorrisos

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Ele nunca foi de estudar demais, já ela amava, devorava livros, assim como amava o cheiro deles novos. Quem o via, não acreditava que um dia se apaixonaria; e ela era uma daquelas meninas que sonhava com uma paixão, um desses amores platônicos. Nunca tinham se visto, apesar de estudarem na mesma escola, eram de cursos diferentes, de rotinas contrárias e nunca tinham trocado um olhar.

Ela era desastrada ao extremo, os roxos por todo o corpo pareciam lhe pertencer, mas dessa vez seu jeito meio “desajeitado” a fez cair –como de costume– na frente dele. E ele, bonito com sua cara de sono, apenas sorriu. Foi a primeira vez que se viram, mas foi rápido e desastroso demais para qualquer contato.

Mas a gente sabe que, quando o destino implica com algo, tudo conspira… e, então, a cada tropeçada, ele estava lá com um sorriso no rosto. Mesmo não a conhecendo, gostava daquele jeito meio desajeitado dela, assim como ela não tirava o sorriso e a cara de sono dele da cabeça.

Ele pensou em procurá-la. Ela o procurava com os olhos em todos os lugares. Ele achou que ela não iria querer nada. Ela cansou de procurá-lo. E foi, então, que se esbarraram no bar da escola. Paralisaram. Riram. Ele a chamou para conversar e ela, tímida, apenas concordou.  A partir desse dia, se falavam sempre, viam-se quase todos os dias.

Ninguém acreditava, nem ele, que estava apaixonado, e ela, que sonhava com uma paixão, agora vivia uma. Entre tropeços e sorrisos, eles se encontraram. Ela continua tropeçando, mas agora com alguém pra segurar a mão.

Priscila Araújo

Priscila Araújo

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