Relato de experiência

A língua é um processo dinâmico de interação, através da qual o aluno pode realizar ações, apropriando-se de recursos de expressão e utilizando-os de forma consciente. A fim de desenvolver a competência linguística do aluno, apresentei à turma 1124, do Curso de Química, o livro de crônicas O Analista de Bagé, de Luis Fernando Verissimo. Após, lancei diferentes propostas de produção de texto a serem realizadas em aula.

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A primeira sugeriu que o aluno agrupasse três personagens de crônicas diferentes (sorteados em aula) e os encaminhasse ao consultório do Analista de Bagé. O que ocorreria no consultório?

A segunda sugeriu que o aluno imaginasse que alguém de sua família procurasse o Analista de Bagé para resolver algum problema. O que aconteceria no consultório?

Nára Terezinha de Medeiros Morais Professora de Língua Portuguesa, da Fundação Liberato

Nára Terezinha de Medeiros Morais
Professora de Língua Portuguesa, da Fundação Liberato

Discussões

    O analista de Bagé abriu a porta para seus próximos pacientes, odiava consultas em grupo, mas dessa vez, não teve escolha.

Os pacientes eram o Dr. Pompeu, o melhor cirurgião de Bagé, e Lírio, seu novo namorado.

– Buenas! Vão entrando e se abanquem, criaturas. Aceitam um mate?

– Não, obrigado. Vamos direto ao nosso problema. – Respondeu o Dr. Pompeu.

– Pois diga, índio velho.

– Pois bem, nós nos conhecemos quando o Lírio marcou uma cirurgia para retirar o apêndice e eu, acidentalmente, troquei a ficha dele com a de outro paciente que queria trocar de sexo.

– Uhm uhm.

– Depois que a cirurgia foi realizada – continuou Dr. Pompeu – eu percebi que tinha trocado as fichas dos pacientes, mas já era tarde.

– Tá, e qual o problema disso, bagual?

– O problema é que ele se apaixonou por mim! – respondeu Lírio, indignado – e eu não sou homossexual.

– Não existe gaúcho homossexual, índio velho. O que aconteceu aqui foi que o Dr. se apaixonou por ti, porque tu virou prenda.

– Mas eu não queria isso! Foi erro dele.

– Mas eu ainda gosto de ti, Liriozinho.

– Epa opa! Sem essa lenga-lenga dentro do meu consultório. Se vocês querem discutir a relação vão para um programa de TV.

Saíram os dois do consultório, discutindo.

– Vê se eu mereço um troço desses. – Pensa o analista.

 

Micaéli Pimentel Wink Aluna da turma 1124

Micaéli Pimentel Wink
Aluna da turma 1124

Meio assim

    Uma vez, apareceu lá no consultório do analista de Bagé, um gaúcho chamado Alnei, meu pai:

– Diga, seu Alnei, o que te aflige?

– Veja bem, doutor, tenho andado meio estranho.

– Como assim? Explica melhor, tchê!

– Eu sou casado, e tenho duas filhas. Mas ultimamente venho reparando em uns gaúchos. Se é que o senhor me entende.

– Ah! Mais um… Ultimamente muito gaúcho bagual tem me consultado por isso. Acho que é culpa das bombachas.

– Das bombachas?…

– Sim. São loucas de especiais! Além disso, deixam os gaúchos com uma bundinha…

O vivente Alnei espantou-se com o que o analista acabara de lhe afirmar. Será que…

– Olhe, doutor, acho que o senhor não é a melhor pessoa para me ajudar.

– Mas por quê?

– Sei lá, você tem um jeito meio assim…

– Olha só quem fala! Eu até ia marcar um jantar pra nós dois, mas tu tá mais em cima do muro que gato fugindo de cão. Te larga daqui!!

Luisa Elena da Silva Aluna da turma 1124

Luisa Elena da Silva
Aluna da turma 1124

 

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