Experiências para além da sala de aula

Experiências para além da sala de aula: relato da participação no UFRGSMUNDI/12

Ocorreu, no ano passado, entre 23, 24 e 25 de novembro, o UFRGS Mundi: evento realizado por alunos do curso de Relações Internacionais da UFRGS, que promoveu simulações de debates da ONU para alunos de Ensino Médio.Quando tomou conhecimento do projeto, a professora Maira Daniel, da disciplina de Sociologia, repassou a notícia aos seus alunos para saber se interessaria alguém, já pensando na possibilidade de inscrever a escola para participar do evento. Ao notar a vontade de alguns em participar (fui um destes), a professora inscreveu a escola e combinou com os alunos uma primeira reunião para tratar do assunto.

Alunos

Nessa reunião, descobrimos mais sobre o projeto, como, por exemplo, que havia várias comissões a serem representadas por diversos países, cujos representantes/ delegados seríamos nós, os alunos. Vale lembrar que os realizadores nos comunicaram os países e as comissões determinadas, que foram disponibilizadas para a nossa escola, e optamos por sortear as possibilidades entre nós.

Realizado o sorteio, fiquei responsabilizado em defender a posição da Rússia, no Conselho Sócio-Humanitário, que teria como enfoque do debate o tema da segurança na internet, assim como assuntos relacionados. Porém, alguns colegas foram para outros conselhos, representando outros países. Além do conselho Sócio-Humanitário, ocorreria debate no Conselho dos Direitos Humanos, cujo tema seria o direito das mulheres; o Conselho de Segurança, cujo tema seria a disputa na Caxemira; a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável: Rio +20, cujo tema seria a segurança alimentar; além do Conselho Econômico para a América Latina e Caribe, sem representantes da nossa escola, cujo debate seria de buscar soluções para as diferenças sociais na região.

A partir disso, particularmente, pesquisei sobre a posição da Rússia em eventos da ONU, seus aliados e sua posição referente ao assunto de liberdade/segurança na internet. De fato, os organizadores solicitaram um documento que expusesse a posição do participante (já agindo como um representante do país que defenderia no evento); processo que incentivou a pesquisa e o aprimoramento do assunto a todos que se dispuseram a participar.Fomos, então, na sexta-feira, à tarde, para o prédio da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS, em Porto Alegre, para aprendermos as regras, já que o evento ocorreria no sábado e no domingo.

No primeiro dia de debate, o começo foi um pouco tímido, mas logo as regras foram sendo mais bem assimiladas, o respeito à fala do próximo quando necessário e assim por diante. Fomos, ao longo dos debates, aprendendo mais sobre as culturas dos outros países, além de medirmos palavras e tentarmos convencer os outros por que nosso ponto de vista deveria ser aceito. Até porque o objetivo do debate era que, se possível, o comitê desenvolvesse uma resolução para o problema, ou seja, uma espécie de recomendação que a ONU dá aos países a partir de votações resultantes de um debate tal qual o que realizávamos.

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E assim seguiram-se os debates, países liberais contra os mais opressores, buscando o apoio dos que ainda não traziam nenhuma posição forte quanto ao assunto. E mesmo com uma prévia pesquisa antes do evento, na virada de um dia para o outro, ainda pesquisei mais sobre o assunto, para estar melhor preparado para o outro dia, que foi ainda mais intenso, com apresentação de propostas, votações, tempos para defesa de ideias, réplicas, documentos de trabalho (informações que qualquer um que achasse algo útil ao debate, poderia pedir uma cópia a todos os presentes), além, é claro, de um tempinho para descontrair e dar uma aliviada na cabeça.

Por fim, levei da participação do UFRGS Mundi, muito sobre Geografia, História, Economia, Sociologia, Relações Internacionais, comportamento, oratória, e até mesmo segurança para falar em público, de um jeito bem diferente da escola. Precisei usar todas as informações que conhecia para ter argumentos e poder de convencimento. Como se não me bastasse isso, fui escolhido o melhor delegado do meu comitê, ganhei dois livros sobre o assunto e outro de relações internacionais.  Mas o que valeu mesmo foi a excelente experiência nesses três dias.

Pedro Henrique Exenberger Becker Estagiário do Curso Técnico de Eletrônica, Fundação Liberato

Pedro Henrique Exenberger Becker
Estagiário do Curso Técnico de Eletrônica, Fundação Liberato

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