Comentando o livro “A Senhora das Velas”

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“O amor é como uma chama que brilha mais forte à medida que aprendemos a abrir nosso coração.” Essa é a frase final do livro de Walcyr Carrasco “A Senhora das Velas”, Editora ARX, 2006, utilizado como tema central na Prova de Classificação para o diurno 2010.

A partir da trajetória do personagem Felipe, vislumbra-se um mundo mágico, um mundo de amor e ternura que leva a um olhar sobre a importância das relações humanas. Vendo-se sozinho no mundo, o menino, ingênuo e imaturo, vivencia decepções e fracassos, mas o seu espírito persistente leva-o a uma outra dimensão, onde ele descobre que sentimentos verdadeiros renovam a vida.

A obra é envolvente, mesclando fantasia e realidade, magia e mitologia nas figuras da Senhora das Velas, da velha mendiga, do barqueiro das almas, do cão Cérbero e do anjo de asas nos pés. Ao mesmo tempo, aborda a crueldade humana através dos personagens que mostram a Felipe o mundo real, no qual o menino é, literalmente, abandonado após a morte do pai e da avó. Percebe-se, claramente, o paralelo que o autor estabelece entre uma vida simples, no aconchego de uma família, e uma vida mais rica, com conforto, mas, a princípio, fria e solitária. Felipe “muitas vezes se lembrava do sítio, quando tinha menos e muito mais”.

A narrativa apresenta um vocabulário simples, é de fácil compreensão, mas cativante na sua temática de amor e fé, em que a fé é tratada como alavanca de transformação de vida. A crença de que conseguiria modificar sua realidade e encontrar a Senhora das Velas, guardiã da vida das pessoas, foi o que moveu o personagem  na sua trajetória e levou-o a descobrir o real sentido da existência.

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Clarice Peters Premaor
Profª de Língua Portuguesa da Fundação Liberato.

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