A escola hoje trabalha com as expectativas dos alunos, apresenta valores e aponta possibilidades. Diante disso, ela deixa de ser uma mera transmissora de conhecimento e passa a ocupar o lugar de socialização e informação, aprimorando aprendizagens já adquiridas pelos alunos e desenvolvendo práticas educativas que promovem um maior crescimento cultural dos alunos.
Uma das principais tarefas da escola é ensinar, mas a sua mais importante função é estimular o desejo de aprender. E é numa atmosfera de descobertas sobre o mundo que se forma sujeitos atuantes. Conforme os PCNs (MEC/1997) “a escola ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objetivo de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais.” Sendo assim, vale ressaltar experiências didáticas que ocorrem no interior da vida da escola e que dizem respeito ao processo de aprendizagem do aluno, como por exemplo: atividades interdisciplinares.
Dentro dessa perspectiva, as segundas séries do Curso de Eletrônica da Fundação Liberato são contempladas, desde 2002, com uma proposta interdisciplinar em Língua Portuguesa e História, envolvendo práticas de leitura, de expressão oral (discussão) e de produção de textos, através de conhecimentos compartilhados dessas duas áreas. A dinâmica desse projeto de trabalho se subdivide em três etapas distribuídas no decorrer do ano letivo.
No primeiro trimestre, é indicado um artigo científico com um determinado tema social para leitura extra-classe e posterior discussão em aula sob orientação das professoras. Após isso, munido do conhecimento das técnicas do resumo, do esquema e da paráfrase, o aluno produz um texto. No segundo trimestre, o aluno também prepara a leitura de um outro artigo sugerido pelas professoras, discute e, a partir daí, escreve um texto argumentativo. E, no último trimestre, após assistirem, na escola, a um filme escolhido pelas professoras e acompanhado por elas, o aluno elabora uma resenha crítica. Todas essas atividades são realizadas individualmente pelos alunos e avaliadas pelas professoras conjuntamente, acarretando um grau (nota) que se repete nas duas disciplinas em cada trimestre.
Portanto, compreende-se que os valores agregados com essa prática educativa assumem um caráter de relevância para a formação dos nossos alunos, pois as competências desenvolvidas habilitam-nos a agirem de forma autônoma, independente e apropriada de um conhecimento necessário e presente na sua trajetória escolar. Com isso, percebe-se o quanto a sala de aula se constitui um espaço rico para a troca de aprendizagens e saberes. E, de forma despretensiosa, Língua Portuguesa e História demonstram que essa articulação entre as disciplinas é viável e configura mais uma prática que se soma a outras experiências semelhantes existentes na Fundação Liberato.
Ana Izabel Fernandes
Professora de História da Fundação Liberato
Rogéria Silveira Pacheco
Professora de Língua Portuguesa da Fundação Liberato.