Ao iniciar o período da Quarentena, solicitei aos alunos que fizessem uma foto que revelasse o seu cotidiano. Uma vez que estávamos fazendo o estudo da linguagem não-verbal, a foto deveria revelar o modo como os alunos estavam se adaptando e vivendo os primeiros quinze dias desse período.
Agora, chegando nos quarenta dias de isolamento social, percebemos que não tínhamos grandes expectativas sobre como seria esse tempo, quanto se prolongaria, nem como sentiríamos a sua passagem por nossas vidas.
A tarefa inicial veio com fotos de alunos, na maioria, empenhados em estudar, mas não revelavam ainda, como seria viver uma pandemia. Os alunos que participam desse texto revisitaram as suas primeiras impressões e, agora, com a maturidade da experiência, falam como tem sido viver, conviver e estudar durante a quarentena.
No começo da Quarentena…
Tentei transparecer como está sendo minha quarentena. Esse é o local em que passo maior parte do tempo, na mesa do meu quarto, fazendo temas e trabalhos escolares. Quis demostrar que não estou preocupada com a vaidade, mas, sim, estou focada nos conteúdos a serem estudados.
Agora…
Faz aproximadamente um mês que estou de quarentena. Ainda estou me acostumando com a situação e tentando não pensar em tudo que foi ou que pode ser adiado ou, ainda, cancelado devido a esse acontecimento…
Depois de todo esse tempo, já estou mais organizada e habituada com essa nova rotina de acordar mais tarde, ficar horas no quarto estudando, ter tempo de me deitar depois do almoço e olhar uma série, voltar para ter mais horas de estudo que passam tão rápido. Às vezes fazer alguns exercícios, tomar banho para relaxar, jantar, olhar mais uma série, dormir e, no dia seguinte, começar tudo igual de novo. Estou feliz pelo fato de estar mais organizada com os trabalhos e exercícios escolares, mesmo ainda estando atrasada com três matérias.
Sinto que já estou mais conformada com esta situação, porém há momentos em que bate uma tristeza sem explicação. Ela vem do nada e me faz pensar de uma forma negativa em muitas coisas, assuntos pessoais, familiares e escolares. Pensar que meu primeiro ano na Fundação Liberato está sendo em casa, sem todas aquelas pessoas e aquele espaço gigante, me deixam frustrada e, o pior de tudo, é que não posso culpar ninguém por isso.
O lado bom é que essa quarentena me fez perceber o quão maravilhosa estava a minha vida, o quanto é bom acordar às 5h30min da manhã e ficar uma hora dentro de uma van, conviver com todas aquelas pessoas que me deixavam tímida às vezes, depois pegar o almoço correndo e ir para as minhas aulas de música. Nossa, como eu adoro essa correria que era a minha vida, sempre foi e eu sempre gostei muito!
Percebi que nunca tinha ficado tanto tempo em casa e que eu deveria, na medida do possível, experimentar coisas que antes não tinha tempo de fazer, como: me maquiar por nada, fazer vídeos para as redes sociais, aprender músicas novas no violão, conversar com meus avôs, fazer vídeo chamada com meus amigos, entre outras coisas que estou experimentando fazer. A quarentena está sendo uma experiência nova e única e estou tentando absorver ao máximo tudo isso como aprendizagem para vida.
No começo…
Só pensando…
Agora…
Olá, meu nome é Gabriel Silva Cavalheiro, sou do curso de Eletrotécnica. Sobre essa a vida durante a pandemia da COVID-19, posso dizer que tenho vivido experiências tanto boas, como ruins.
Nesse período de isolamento social, consegui fazer algumas autocríticas relacionadas às minhas condutas em aula e em minha vida pessoal, de forma construtiva. Já como experiência negativa, posso falar da minha ambiguidade, sobre a minha permanência na Liberato. Essa incerteza acabou por acarretar o acúmulo descomunal de atividades e trabalhos, por eu gastar meu tempo pensando, pensando…
A experiência em estudar através do ED (Ensino Domiciliar como vi professores comentando) ou EaD (Ensino a Distância) é algo bem diferente, em minha opinião. Sempre gostei do convívio, das parcerias, das discussões em aula. Agora, mesmo podendo ficar em casa, sinto que estudar tem sido algo maçante e cansativo. Talvez sinta isso, devido ao acúmulo de atividades e minha falta de organização.
No começo…
Estou sentada com meus instrumentos de estudo, escrevendo.
Agora…
Eu tinha grandes expectativas e planos para o meu ano letivo de 2020. Como já aluna da Liberato, cursando Eletrotécnica estava me preparando para um ano corrido, cheio de atividades diversificadas, além das aulas, mas a quarentena acabou com uma boa parte desses planejamentos. Com o auxílio dos professores e as plataformas digitais utilizadas atualmente, já é um grande “quebra-galho”, pois, assim, não nos prejudicamos totalmente, em relação à falta de aulas presenciais.
Sobre as aulas home office, venho me adaptando bem, fazendo sempre as atividades propostas pelos professores e não deixando acumular tarefas. Como sou eu que faço meus horários de estudos em casa, planejo de acordo com a necessidade da semana, com intervalos entre as tarefas, lembrando sempre de esticar as pernas e evitando procrastinar. Acredito que, seguindo nesse fluxo, tudo dará certo, até as coisas voltarem ao normal. Até lá, sigo em casa, com a minha nova rotina escolar.
No início…
Nesta imagem, minha irmã me fotografou lavando louça. Não é preciso dizer muito o que eu estou fazendo nela, pois dá para se ver claramente, através da linguagem não-verbal.
Agora…
Quando chegou o período da quarentena, eu fiquei meio irritada. Havia muitos temas chegando, muitos trabalhos e matérias novas. Eu não fazia ideia se conseguiria entender a matéria sem a ajuda dos professores, nem imaginava como iria me organizar nesse período.
No princípio, fiquei apenas aproveitando e me divertindo, vendo animes, séries ou filmes. Dei a mínima importância para os trabalhos que eu deveria fazer. Entretanto, comecei a perceber o tanto de tema que eu já havia acumulado e fiquei nervosa, não sabia como iria fazer tudo aquilo, em tão pouco tempo. Então, eu fiz um amigo, um colega. Ele estava se organizando desde o início e perguntei qual era a rotina dele e era a seguinte: “acordar cedo e fazer os temas, almoçar e fazer mais temas”. Pensei comigo que aquela seria uma boa ideia, porém, achei um tanto exagerada. Assim, modifiquei o plano, de um jeito que ficasse do meu gosto.
Mas, meus problemas não se encerraram por aí, havia muita coisa que eu não sabia e nem fazia ideia de como fazer. A explicação dos professores também não atendia totalmente às minhas necessidades, assim eu decidi procurar ajuda na internet. Fiquei impressionada com o tanto de informação que consegui adquirir de lá, era realmente muito útil. Com a ajuda das pesquisas, fui me organizando, fazendo os temas, começando por aqueles com as datas mais próximas da entrega. Toda vez que eu não entendia a matéria, eu ia correndo assistir uma videoaula ou buscava textos sobre o conteúdo, enfim tudo o que pudesse facilitar o meu aprendizado. Eu também fiz anotações, de uma maneira que fosse mais fácil e prático de ver depois.
Agora, pouco mais de um mês de quarentena, admito que até gostei de ter aulas on-line, pois percebi que tenho mais liberdade para dar um descanso e voltar a estudar depois, ao contrário das aulas presenciais que possuem horários não flexíveis.
No momento, estou em casa, deitada em um colchão no chão da sala, vendo série com minha mãe e irmã, depois de ter terminado de ler o livro que a professora de português recomendou para analisarmos a estrutura narrativa.
No começo…
Fotografado de costas, minha irmã retratou o momento em que dedico o tempo para estudar.
Durante essa quarentena, passo a maior parte do tempo resolvendo questões e estudando sobre a cama. Enquanto estou realizando minhas tarefas e vendo vídeos sobre os temas, eu forneço ajuda para os amigos e colegas.
Depois de pensar bastante, é bom relaxar e assistir a uma série ou a um filme do gênero favorito!
Agora…
Meu nome é Rael, confesso que de início acreditava que esta quarentena fosse durar pouco e que logo tudo iria se resolver. Pensava que logo poderia voltar para minha escola dos sonhos, contudo não voltei.
Estou há mais de um mês em casa e isso está sendo bem difícil, pois, gosto de interagir com os amigos, com as pessoas. Tenho medo de pegar esta doença, este vírus, uma vez que tenho problemas respiratórios e tenho mais chance de morrer. Mas tenho aceitado as condições atuais e tento dar o meu melhor em tudo o que faço na escola, para garantir que eu tenha estudado tudo direito.
Espero que o retorno para a escola seja bom e que eu possa superar todas as dúvidas que surgiram nos estudos nesse período, pois receio perder o ano letivo. O que me resta agora é acreditar que tudo vá melhorar e que logo poderei abraçar todos os amigos e pessoas que amo.
Quero parabenizar o Rael!!
Rael querido!
Sempre elevei tuas habilidades e competências. Eu sempre soube que seria um vencedor. Não é à toa que estás no Liberato. Esse momento é só mais um desafio que tenho certeza que sairás ileso. Sempre estarei torcendo por você.
Abraços
Prof° Cirineu
Report comment
Muito bem feita esta publicação da Revista!
Foi um grande prazer participar de um trabalho tão lindo como este!
Report comment