Liberarte em movimento

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O Liberarte tem uma trajetória consolidada na Fundação Liberato. Atividade cultural tradicional cuja importância é reconhecida pela comunidade escolar, também tem evoluído a partir das transformações produzidas, no contexto educacional, pelas constantes inovações das tecnologias de informação e comunicação. Na última década, o processo de inscrição e de seleção de textos para o concurso literário foi informatizado. As coletâneas, além da forma impressa, passaram a ser produzidas também em versão digital, e o acervo de coletâneas de todas as edições do Liberarte também foi disponibilizado em meio eletrônico. Portanto, o Liberarte tem se transformado com o tempo, e essas mudanças necessárias acompanham o dinamismo das incessantes inovações tecnológicas. Atualmente, vivemos a era de afirmação da inteligência artificial, e a própria área da Linguística tem contribuído bastante para o desenvolvimento das tecnologias de IA. O Chat GPT é uma dessas novas ferramentas, a qual impressiona pelas possibilidades que aponta, mas também preocupa em função de seu impacto nos ambientes e atividades educacionais e editoriais, principalmente por sua capacidade de produção automática de textos dos mais variados gêneros e sobre quaisquer assuntos.

Em relação ao mercado editorial e aos concursos literários, é muito discutida, atualmente, a possibilidade de publicação de obras em nome de autoras e autores os quais não as tenham escrito de fato, ou as tenham produzido com a interferência direta desse aplicativo. Não só por esse motivo, mas também com a proposta ou intenção de que o Liberarte seja uma atividade formativa mais completa e significativa para aprimoramento das competências e habilidades de leitura e produção textual literária de estudantes da Fundação Liberato, foi proposta e desenvolvida, a partir do ano passado, a transformação do Liberarte em um conjunto de atividades planejadas e contínuas para a formação de leitoras e leitores e de potenciais escritoras e escritores por meio da organização de atividades de estudo, leitura e escrita criativa literária com a participação de discentes, de docentes da escola e, também, de artistas, escritoras e escritores, professoras e professores convidados.

Outro aspecto importante a destacar é que, desde a edição passada, o foco passou a ser o desenvolvimento e o aprimoramento da produção literária do alunado. Dessa forma, a competição, a classificação e a premiação de vencedoras ou vencedores não é mais enfatizada, mas sim o processo de autodesenvolvimento dos estudantes enquanto pessoas que leem, escrevem e apreciam Literatura. A valorização desse processo de crescimento é promovida e reconhecida por intermédio da publicação dos textos selecionados na coletânea do Liberarte.

Neste ano, o Liberarte já estava em movimento. Em março, houve o lançamento, com a palestra do escritor Caio Riter, autor de “Meu pai não mora mais aqui”, obra indicada para leitura no último processo seletivo para ingresso escolar. Em abril, houve a visita da escritora Luisa Aranha para proferir a palestra “Silenciadas: escritoras apagadas da história da literatura brasileira”. Infelizmente, no início de maio, passamos a enfrentar uma catástrofe ambiental de proporções inimagináveis. O Liberarte interrompe seu movimento, porque a vida (de todas e todos) clama por prioridades e urgências. Mais adiante, ressurgirá, porque a Literatura e a Arte também são necessárias e importantes para recriar e ressignificar a vida.

Professores de Língua Portuguesa e de Literatura
Coordenadores do Liberarte 2024
Fundação Liberato

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