Marchas

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É apenas uma vez para tudo ruir… as luzes, a sensação de que em um momento tudo muda, a euforia e, por fim… silêncio… em um asfalto frio… o peito pesado… as lágrimas por algo que nunca irá voltar…

1ª marcha. Rotina, tarefas, andar pra lá, correr pra cá, uma roda em que todos correm como camundongos, não somos especiais aqui; pelo menos, temos coisas para nos apegar, para amar, para cuidar.

2ª marcha. Como todos falam, as coisas dificultam com o tempo, posso até dizer que enferrujam… pelo menos, tenho alguém para compartilhar o tal “caminho da vida”, não só ela, mas alguém do meu sangue, minha pequena, meus refúgios, não sei o que faria sem elas aqui.

3ª marcha. Cresce tão rápido, problemas parecem cacos, piso em um que vira vários, não consigo mais, ninguém escuta meus gritos, meu choro, minhas súplicas, só queria que não me olhasse com aqueles olhos de alfinete; eu erro, mas faço de tudo pelas duas, ELA NÃO PERCEBE O QUANTO TENTO?!

4ª marcha. O chão frio do apartamento me deixa acordado, os barulhos da rua não conseguem disfarçar o silêncio opressor do quarto rosa onde ficava meu tesouro, e agora as paredes fazem eco com o mínimo estalar. Já perdi o dia há muito tempo. Tudo permanece como a última vez em que havia vida, porque afinal a minha vida não importa mais.

5ª marcha. Nada importa mais, a única coisa que preciso é achar minha felicidade, meu viver, preciso sentir algo de novo, minha cabeça é minha melhor amiga e, ao mesmo tempo, minha inimiga, não sei quanto tempo não vejo ninguém, não sei mais o que é real ou não. Meu coração queima, meu pulso acelera, meu corpo se mexe com lerdeza após o longo tempo em que esteve em transe, saio da casa, mas não antes de ver nossos retratos uma última vez, momentos em que era vivo… que me sentia vivo, preciso disso de volta. Pego meu carro e dirijo, vou para onde ela disse para eu nunca ir, onde os malditos advogados dizem que sou proibido de pisar, FODAM-SE ELES, FODAM-SE AS MEDIDAS! Acelero a cada segundo, preciso delas, preciso da minha vida… não percebo o clarão antes que seja tarde…

João Pedro Colombo Severino Turma 2411 Fundação Liberato

João Pedro Colombo Severino
Turma 2411
Fundação Liberato

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