Fazendo arte com Matemática

Cheia de fórmulas, números e algoritmos. Por muitos, somente assim é vista a Matemática na escola de Educação Básica. Mas, e se fosse possível transformar tudo isso em arte? Ou ainda, o que é preciso para se fazer arte?

Durante o mês de junho de 2013, nós, professoras de Matemática da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, Camila Rodrigues – do curso de Eletrônica – e Juliana Goulart – dos cursos de Eletrotécnica e Química – resolvemos dar um enfoque diferenciado ao estudo da Função Polinomial de 1º Grau nas nossas turmas de 1ª série do Ensino Médio.

No decorrer das aulas de Matemática, os alunos, por meio de um roteiro com atividades, foram apresentados ao software GrafEq^[1] e desafiados para que, em duplas, reproduzissem uma obra de arte, escolhida por eles, nesse software. A escolha da obra passava por alguns critérios mínimos de exigência, estipulados por nós, como, por exemplo, o fato de ela conter, necessariamente, pelo menos um par de retas não paralelas aos eixos coordenados do sistema cartesiano.

O simples estudo da Função Afim não supria todas as necessidades para que regiões do plano fossem coloridas, uma vez que estas funções forneciam apenas as retas que delimitavam a composição artística escolhida. Desse modo, o estudo foi além do previsto para essa série do Ensino Médio e foram trabalhadas inequações no plano cartesiano, como, por exemplo, observando-se a interferência do sinal da desigualdade na representação no plano. É importante ressaltar que todas as conclusões foram formuladas pelos alunos à medida que iam avançando nas atividades propostas no roteiro.

Algumas obras puderam ser realizadas com até quinze relações matemáticas, enquanto outras exigiram mais de trezentas!

O trabalho dos alunos pôde ser apreciado na exposição “Fazendo Arte com Matemática”, que ocorreu em julho deste ano, durante a Semana Cultural, promovida pela Fundação Liberato.

Assim, ao nos perguntarmos o que é preciso para se fazer arte, uma boa resposta seria “que tal um pouco de Matemática”?

Obra original: Geométrico CII
Artista: Luiz Roberto Lopreto

Para a reprodução da obra de arte, foi necessário que todas as linhas da composição fossem traduzidas para relações matemáticas de modo que, assim, o software, ao receber os comandos, fosse capaz de representar cada região da obra.

Temos, a seguir, uma amostra do trabalho feito pelos alunos que comprova, de fato, que a Matemática se faz presente, também, na arte.

Reprodução realizada pelos alunos no software GrafEq