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Há 64 anos, em 1950, o País Sede da 20ª Copa sediou a 4ª edição do torneio internacional. Foi a primeira Copa após 12 anos de interrupção, devido à Segunda Grande Guerra.

Há 50 anos, em 1964, houve um Golpe militar no País Sede da 20ª Copa.

Em 1950, no Brasil, foi a primeira vez que a Inglaterra, considerada inventora do futebol, concordou em participar do Torneio. Na ocasião, foi derrotada por 1×0 pelos Estados Unidos, e tal fato foi tão inesperado que há relatos de jornais ingleses que teriam publicado que o resultado foi 10×1 para a Inglaterra, não tendo tudo passado de um erro na transmissão da notícia original.

Em 2014, no Brasil, 32 países participarão da Copa, em 12 cidades sede. Por todo o mundo, houve comemorações intensas dos atletas dos países ao garantirem classificação para a “Copa no País do Futebol”, com destaque para Portugal¹.

Em 1950, 13 países participaram da Copa, que teve 6 cidades sede. Três classificados desistiram: a Turquia, a França e a Índia – esta última porque a FIFA não permitia que seus atletas jogassem de pés descalços. Outros participantes de peso, como a Argentina e a Alemanha, já haviam desistido antes. Nenhuma Nação africana foi representada – poucas regiões da África eram países independentes, a maioria ainda era colônia dos países europeus.

Em 2014, os cidadãos brasileiros estão indignados com os gastos excessivos para a organização da Copa. As queixas misturam-se ao problema da mobilidade urbana, o alto gasto público com estádios e a falta de infraestrutura e investimentos na saúde, na educação e na segurança pública. A rejeição ao evento tem aumentado. E não é apenas por 20 centavos².

O Brasil é o único país que participou de todas as 19 edições já realizadas do evento. É também o maior campeão, com 5 títulos, e lidera com vantagem o ranking das Copas. Tem ainda, os maiores artilheiros e o melhor jogador de todos os tempos.

O Brasil possui a maior floresta tropical e a maior biodiversidade do planeta. Porém isso pouco aparece nos índices de desenvolvimento. Ao contrário, a frágil equação do crescimento econômico tem pautado principalmente o aumento ou a diminuição de juros básicos, a inflação, e a redução paliativa de impostos sobre automóveis, quando os números apertam…

Apesar de ser considerado na atualidade o “país do futebol”, dada a paixão dos torcedores por este esporte e o grande número de talentos revelados nessa modalidade, aproximadamente 82% dos mais de 30 mil atletas profissionais do futebol no País Sede da 20ª Copa têm renda mensal inferior a 2 salários mínimos³.

O País Sede, maior vencedor de Copas do Mundo, têm em comum com a estreante e jovem nação Bósnia Herzegóvina, a posição no índice de “Não-corrupção”: 72º lugar, entre 177 países avaliados⁴. Nos índices que avaliam a educação (exame PISA, de 2012), os alunos representantes do País Sede da 20ª Copa ocuparam a 59ª posição em ciências, entre 65 países avaliados⁵.

O País Sede tem sede!

Quer a Copa, mas não apenas a Copa. Quer que a Copa do Mundo de Futebol deixe um legado para o país, que não seja apenas uma manada de elefantes brancos. Não suporta, não aceita que a paixão pelo futebol vire motivo para desperdícios e superfaturamentos em um país com muitas desigualdades em pauta para resolver.

O que quer o Brasil?

O que querem os muitos “Brasis”?

No país da Copa, bonito por natureza, de culturas miscigenadas, de festas populares, de boa música, de grandes artistas não apenas da bola… acontecerão eleições em 2014.

Mas só depois da Copa.

“É nas urnas que eu vou me vingar. Porque eu vou me vingar.”⁶

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