Um Brasil indianista

 

José de Alencar produziu o romance O guarani em meados do século XIX, momento em que o Romantismo começava a tomar forma no Brasil. Nessa mesma época, surgiu uma necessidade de encontrar uma identidade para o país, ainda em regime escravocrata e latifundiário.

O indianismo, visão nacionalista que exaltava o nativo brasileiro e o relacionava com o colonizador, foi fundado pelos escritores, entre eles José de Alencar, como uma forma de caracterizar o Romantismo brasileiro.

Entre a extensa lista de características positivas atribuídas ao índio brasileiro e à flora nativa por José de Alencar em sua majestosa obra O guarani, pode-se perceber certa exaltação do caráter do índio nativo, bem como a relação amorosa que o herói, Peri, tem com Ceci, filha de portugueses.

Entretanto, pode-se perceber a ausência dos negros, escravizados na época, na trama. Seria um tanto contraditório que o autor de O guarani, latifundiário e escravocrata, incluísse a etnia negra em sua ambiciosa obra, ou talvez esses não tenham sido mencionados devido a não representarem o Brasil como nativos.

Atualmente, o Brasil possui um povo miscigenado com diversas etnias, incluindo a negra. Os índios compõem uma pequena parcela da sociedade, mesmo que, antigamente, tenham sido vistos como a personificação do Brasil.

Fotografia de Mariana Roosevelt de Barcellos

Mariana Roosevelt de Barcellos – Aluna do Curso Técnico de Mecânica Fundação Liberato

 

 

 

 

 

 

 

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