O comportamento dos personagens durante a narrativa pode ser dividido entre personagens ativos e passivos. A seguir, segue uma divisão de perfis baseada em temperamentos românticos que consolidam também representações de gênero. O comportamento ativo baseado nesse temperamento é representado, na obra, por personagens que possuem grande imposição perante as necessidades. Durante o contexto, o índio Peri mostra forte temperamento, ao tentar proteger a família de sua amada Cecília, como mostra o seguinte trecho do livro:
Peri, sereno e altivo, recebia com um soberbo desdém a ameaça e o insulto, e sentia um certo orgulho pensando que no meio de todos aqueles guerreiros fortes e armados, ele, o prisioneiro, o inimigo que ia ser sacrificado, era o verdadeiro, o único vencedor” (ALENCAR, 1982, p.262).
Além de Peri, Dom Antônio de Mariz também exibe muito amor e bravura ao explodir seu castelo para salvar sua filha, matando assim todos os índios adversários, mas também a si. No contexto, as personagens passivas são aquelas que são mimadas, que são sustentadas pelo pai e também pelo marido Dom Antônio de Mariz. Cecília e Lauriana são as duas pessoas que se encaixam perfeitamente nesse quadro, pois, por exemplo, durante a batalha, ficaram fazendo afazeres simples, como o de enfermagem para os guerreiros. Cecília é a principal personagem passiva, pois durante toda a obra, é protegida por seu pai e seu amado Peri, o qual a ama e a livra de todo o mal.
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