Durante uma parte da minha vida, acreditei que minha causa era o feminismo. Entretanto, com o tempo e o amadurecimento que este me trouxe, percebi, então, que não se tratava disso. Não defendo que mulheres estão acima dos homens ou que são por qualquer definição melhores única e exclusivamente em função do seu sexo. Acredito, por outro lado, na igualdade e na liberdade, conceitos que, muitas vezes, não são respeitados e aplicados às mulheres. Por isso, minha verdadeira causa é o fim do machismo.
Isso porque, diferente do que muitos gostam de afirmar, o machismo ainda existe. Camuflado em brincadeiras, escondido em pequenos comentários, infiltrado em nossas mentes. Os exemplos são infinitos: crianças que desde pequenas aprendem que cozinhar é coisa de menina, ataques à maneira como mulheres se vestem, estupros justificados pelo simples fato de que ela “provocou isso, ninguém mandou ela sair de casa à noite, sozinha”.
Atualmente, talvez o exemplo mais explícito seja o que ocorre sistematicamente na internet, onde moças vivem sendo expostas por ex-namorados e afins, e, em vez de serem tratadas como vítimas, são insultadas por todos. E ninguém nem ao menos lembra os verdadeiros culpados.
O pior de tudo, entretanto, é o fato de que muitas pessoas nem reconhecem que o machismo existe e, negando sua existência, perdem a chance de ]combatê-lo. Esquecem que, se não contra eles, um dia, o machismo será contra suas mães, filhas e netas.
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