Marte – descobertas e perspectivas

Lander 1976 Fonte NASA

Lander 1976 Fonte NASA


Seja por sua proximidade ou por suas semelhanças em relação à Terra, Marte tem sido um dos planetas mais estudados nos últimos 50 anos. As primeiras tentativas de alcançar o planeta foram realizadas ainda no início da década de 60, pela então URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) com as sondas gêmeas Marsnik. Ambas acabaram destruídas durante o lançamento, nunca chegando ao seu destino. A primeira missão bem-sucedida ocorreu somente em 1964, pela NASA e sua sonda Mariner III. Com o sucesso da missão, tivemos acesso às primeiras imagens, ainda em preto e branco, do planeta.

Paleocanal Rios antigos - Fonte NASA

Paleocanal Rios antigos – Fonte NASA

 

Desde esse período, enviamos, entre sondas, landers e rovers, mais de vinte objetos a Marte, permitindo um melhor entendimento sobra sua evolução ao longo do tempo geológico. Dentre as principais descobertas, é possível destacar algumas diferenças em relação ao nosso planeta, principalmente do ponto de vista climático: Marte possui uma atmosfera cem vezes menos densa que a da Terra, sendo composta quase que exclusivamente por dióxido de carbono – o que confere ao planeta um clima árido, com forte variação térmica e uma hidrosfera inativa.  Apesar disso, inúmeras evidências apontam para um passado com água em abundância. Hoje é conhecido que, diferentemente da Terra, Marte não possui campo magnético, o que torna o planeta suscetível a um efeito conhecido como “vento solar”, no qual partículas emitidas pelo Sol varrem as moléculas mais leves da atmosfera. Na Terra, essas partículas são desaceleradas e espiraladas pelo campo magnético terrestre, produzindo as auroras nos polos.

Rochas Sedimentares - Fonte NASA

Rochas Sedimentares – Fonte NASA

 

Estudos recentes, realizados pela NASA, apontam a presença de certa quantidade de água líquida, elevando as chances de o planeta ter suportado – ou até suportar – alguma forma de vida. Entretanto o acesso a esses sítios compõe um desafio em especial: pelos tratados internacionais, é necessário um controle para que não ocorra a contaminação por micro-organismos terrestres, o que poderia levar à extinção das possíveis formas de vida nativas de Marte. Nesse contexto, somente até 2020, estão previstas oito missões com objetivos diferentes, dentre os quais se destaca o estudo sobre a estrutura interna do planeta (pouco conhecida até o momento) e seu clima.

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