Tanta coisa na bagagem, tanta expectativa pra viagem
A mochila do coração sempre mais cheia que a da mão
Independente da idade, os ciclos se renovam
no frio da barriga, no cheiro de folhas novas
nas avaliações de quem prova que repete e quem repete que não aprova.
Tanta coisa por dizer, mas quem quer escutar?
Na cabeça e no corpo o mesmo circuito a gritar
“Onde estou? Qual é o meu lugar?”
Se imerso em letras solenes, que a ciência me oferta,
me chama a outra parte da vida – cidadania e transformação.
De que valeria meu letramento, se a distância entre meu parceiro
Não se refletisse em inclusão?
E se meu chão rasgado e molhado refletir as estrelas do céu
Que não me faltem sonhos e livros,
Que meu espaço, ainda que avariado
Reflita a força e a esperança de ser mudado.
E se teclo com modernidade,
Que não me deixe na saudade
O compromisso da escola pública
Vida real, de livros
e de experiência lúdica.