Tentei ser crítico
Tentei ser sensato
Mas onde eu vivo
Se sou assim sou um chato
Tentei pensar
E não agir com demência
Mas liguei a TV
E mal pude ouvir a voz da consciência
Tentei escolher
Encontrar o meu caminho
Feliz fiquei ao ver que não estou sozinho
Paixão eu vi
Amores presenciei
Em terra de desamores
Quem tem amor é rei
Tentei dialogar
Com a razão e a crença
O triste é que
Quase sempre acaba em violência
Encontrar a razão
É mais que uma simples matemática
Pois a razão não vale por ela mesma
Quando se está sozinho em estática
Tentei ser nobre
Tentei ser pleno
Mas os defeitos em mim
Impediram-me de ser supremo
Procurei felicidade
Procurei a verdade
Mas se a verdade for que não existe felicidade?
Se existem verdades
Não as cabem a mim
Vá as procurar você
E me as diga no fim
Contemplei as estrelas
Admirei a beleza elementar
Feliz fiquei
Por poder apreciar o mar
Há motivos para sorrir
Há motivos para chorar
Delibere você por onde quer andar
Não consigo muitas coisas
Mas no fundo vejo graça
Pois procuro ser
E não apenas em ter na desgraça
…
Em um mundo em que os valores estão do avesso
Paro por aqui
Se não, enlouqueço
Belo poema! Parabéns!
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