Na iminência da Gincana Liberato, é impossível não perceber (ver, ouvir, sentir, respirar…) o enorme envolvimento dos alunos com tarefas: ensaios da bateria, treinamentos (sim, treinamentos para busca, rua, pensadores), a camiseta da equipe que não chegou, as alegorias para o show… Pergunte a um membro de qualquer equipe e ele vai saber todas as infinitas subdivisões dessa fábrica, mas experimente perguntar o que o motiva a participar da equipe. As respostas podem variar de “porque sim” até “minha vida é essa equipe”, bem como as emoções inerentes a cada resposta (da euforia histérica ao pranto convulso).
É desnecessário tecer comentários sobre a enorme capacidade das mentes dos nossos alunos desempenhando seus papéis durante a gincana, mas arrisco dizer que o sentimento de pertencimento a um grupo ainda é o que mais causa arrepios, taquicardia e brilho no olhar dos membros das equipes. Existe maior motivação do que pertencer a um grupo sem ser julgado e sabendo que ali há espaço e liberdade para explorar potencialidades e habilidades (que, às vezes, não cabem em outro lugar das atividades escolares)? Tem mais: para ser membro de uma equipe, não precisa ter nem um pila no bolso e, ainda, é possível ser aluno de um curso e ser membro da equipe de outro. Liberdade de escolha também pode motivar!
A união do grupo também faz subir o ponteiro da motivação: eles se abraçam (mas também se xingam), fazem planos juntos, riem (e choram) juntos, erram, acertam (e aprendem) juntos. Se isso não for suficiente para causar motivação, experimente ver um vídeo motivacional da equipe: o time das mídias (sim, isso existe) cria roteiros elaboradíssimos, com lindas imagens da equipe em momentos épicos, locuções, retrospectivas de derrotas e vitórias (obviamente, tudo isso filmado em alta definição, com efeitos especiais e trilhas sonoras dignas de Kikitos) que fazem muito mais do que prospectar novos membros – eles causam o mesmo arrepio e marejar de olhos nos integrantes mais antigos.
Independentemente da causa, espero que a motivação de cada um de nós permita que as tarefas de nossa gincana diária sejam cumpridas – e devidamente pontuadas!
Jader Bernardes
Professor de Física
Fundação Liberato