Resenha: Hasta la victoria, siempre

Banner-maiorEste texto foi escrito durante os estudos sobre o Romantismo, nas aulas de Literatura do professor Elenilto Saldanha Damasceno, em que assistimos à obra cinematográfica “Os miseráveis”, baseada no romance homônimo do escritor romântico francês Victor Hugo. A proposta de produção textual apresentada era a de redigir uma resenha sobre diferentes representações sobre o sentido da vida a partir das atitudes, sentimentos e valores de três personagens do filme.

O filme “Os miseráveis” de Tom Hooper, 2012, é, com toda certeza, uma obra para quem tem, dentro de si, sede por revolução. A narrativa cinematográfica retrata uma história que acontece após a Revolução Francesa. Ela mostra a situação em que a França se encontrava, a pobreza que assolava a maioria da população e apresenta um grupo de revoltosos que lutava contra a desigualdade e pelos ideais da revolução.

O filme também mostra como uma simples ação de piedade com uma pessoa pode mudar a história de muitas. Vemos isso através da vida do bispo Bienvenu, que, com seu ato de piedade para com o ex-presidiário, Jean Valjean, salvou muitas vidas. Acredito que, por ele ser um bispo, baseava sua vida em agradar a Deus e apresentar o Evangelho para as pessoas de acordo com os princípios bíblicos, como, por exemplo, amor, paciência e perdão. Foi isso que ele demonstrou ao dar uma segunda chance para Jean Valjean, quando ele roubou artigos de sua prataria.

Jean Valjean, que tinha sido preso por roubar pães para alimentar uma criança, ao sair da prisão, foi acolhido pelo bispo. Recebeu alimentos, cama, roupas e, ainda assim, optou por roubar, pois achava que não tinha mais chances na vida, acreditava que seu destino era ser um miserável, mas, quando o bispo o surpreende, defendendo-o perante os guardas e lhe dando ainda mais pratarias, ele se sente constrangido pelo amor que está recebendo. Valjean conhece o amor de Deus através da ação do bispo e decide mudar de vida. Ele, que estava acostumado a ser humilhado e tratado como um marginal, pela primeira vez, recebeu amor de alguém que, na sua opinião, deveria lhe humilhar ainda mais. Sua vida mudou quando a sua postura mudou. Afinal, tudo muda quando nós mudamos. Ele decidiu viver uma vida justa, o sentido da sua vida mudou. De um ex-prisioneiro que ainda se sentia preso, não por ter algemas, mas por ser quem ele era, de alguém completamente descrente da bondade de Deus, ele passou a ser alguém temente e devoto, alguém que ajudava as pessoas sem esperar algo em troca. Assim, o ex-prisioneiro foragido veio a se tornar prefeito. A sua mudança de vida afetou, de forma positiva, muitas vidas. Mesmo ainda sendo um fugitivo, ele ajudou aqueles que estavam ao seu redor. Além disso, ele vivia para criar Cosette.

As pessoas sentem necessidade de apoiar uma causa. Todos nascemos com vontade de mudar o mundo. Gavroche não era diferente. Mesmo sendo apenas uma criança, seu peito clamava por revolução. Ele vivia por essa causa e morreu por ela também. Sua vida era ajudar os revoltosos a mudar a França, acabar com a desigualdade, salvar o seu povo. Ele dedicava seu tempo e suas forças a isso. Acredito que, para ele, foi muito mais fácil morrer pela causa do que seria viver sabendo da derrota.

No final, todos lutam por algo. Uns lutam pela igualdade, outros pelo poder, alguns defendem uma causa, outros defendem outra. Pessoas gastam suas vidas em prol de alguma coisa. Todos os dias, alguém morre por defender aquilo em que acredita. O importante é ter o verdadeiro sentido da vida bem definido no peito. Saber de onde veio e para onde está indo. Escolher pelo que lutar e lembrar que só vale a pena, se estiver disposto a morrer por isso também. E aí, sim, até a vitória, sempre.

Júlia Duarte Narciso Aluna do Curso Técnico de Mecânica Fundação Liberato

Júlia Duarte Narciso
Aluna do Curso Técnico de Mecânica
Fundação Liberato

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