Relato de experiência sobre uma produção textual contextualizada

Cristina Rörig
Professora de Língua Portuguesa
Fundação Liberato

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Ao ler alguns artigos na Zero Hora do mês de março, chamou-me a atenção uma discussão sobre um texto publicado no caderno Vida e Saúde, de J.J. Camargo, referente às tatuagens. Essa crônica gerou um grande debate por parte dos leitores, sendo que muitos se manifestaram em relação ao ponto de vista do autor escrevendo para o jornal. Esse fato me intrigou e resolvi levar esse mesmo texto para a sala de aula de Lí­ngua Portuguesa e verificar quais eram os posicionamentos dos alunos sobre o tema, assunto que eu pensava não ser mais motivo para tanta polêmica. Confira, abaixo, o texto de J.J. Camargo e algumas das colocações dos alunos sobre o assunto:

tatoo

Crí­ticas abusivas

O texto “Tatuagens” é extremamente preconceituoso, pois ofende pessoas que possuem tatuagens. Se esse mesmo tipo de texto fosse exposto, falando sobre negros ou homossexuais, o autor teria sido, no mí­nimo, preso. Então, por que os tatuados não merecem respeito também? É preciso se conscientizar de que, por mais crí­tica que seja a opinião de uma pessoa, ela não pode sair falando tudo por aí. Isso pode gerar grande indignação de certos grupos sociais, acarretando, assim, consequências para quem fala.

Jordan D. Lehnen “Mecânica“ 3211

Preconceito! Este sim é o problema.

A tatuagem é uma técnica muito antiga que esteve presente na cultura de nossos antepassados. Ela sempre foi palco de muitas críticas e preconceitos. Só que ao contrário do que muitos pensam, uma pessoa tatuada e outra sem tatuagem são seres iguais. Não é uma marca no corpo que vai definir o que a pessoa é. A tatuagem é uma marca que define um sentimento próprio, e não o caráter. O grande problema não é a tatuagem, e sim as pessoas que as criticam.

Felipe Reis “Mecânica” 3212

A arte de tatuar

Particularmente, sou a favor das famosas tatuagens, não vejo problema algum no fato de as pessoas terem o corpo tatuado, desde uma simples figura tribal até braços, pernas e peitos repletos de imagens. O que isso tem demais? Apenas prova que essa pessoa viveu intensamente. Cada um deve decidir o que fazer com seu corpo, e a sociedade deveria se preocupar com delinquentes e não com pessoas exibindo arte em seu corpo.

Jenifer P. Jardim “Mecânica“ 3223

Sociedade pré-julgada

Ao ler o texto “Tatuagens”, de J.J. Camargo, fiquei revoltado com o jeito preconceituoso com que o autor se refere às pessoas tatuadas. Vivemos em uma sociedade livre, onde todos podem fazer o que quiserem desde que estejam dentro da lei, e acho “repugnante”, não uma mera tatuagem, mas sim esse pré-julgamento sem a menor educação. Cada um tem seu gosto e personalidade e, por mais diferentes que sejam, não devemos julgá-los.

Ní­colas E. Arpini “Mecânica” – 3224

Cristina Rörig Professora de Língua Portuguesa e Jordan D. Lehnen, Felipe Reis, Jenifer P. Jardim e Ní­colas E. Arpini. Alunos do Curso Técnico de Mecânica da Fundação Liberato

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